Voos entre Brasil e EUA preocupam autoridades por variantes da covid-19

Por Arlaine Castro

Em outubro, a American Airlines colocou em licença temporária sem vencimentos 19.000 funcionários, enquanto a United Airlines colocou mais de 13.000 funcionários.

A França suspendeu todos os voos do Brasil na terça-feira, 13, mas os voos diários entre EUA e Brasil continuam e a situação de variantes da covid-19, além da alta de casos e mortes têm preocupado autoridades de saúde americanas. 

No domingo, a ex-deputada Tulsi Gabbard, que chegou a concorrer à presidência dos EUA pelo partido democrata em 2020, postou no Twitter que os Estados Unidos precisam fazer "todo o possível" para frear a disseminação de uma variante brasileira.

"Suspenda os voos agora!", sugeriu Gabbard ao governo Biden pelo twitter.

Restrições

O presidente Joe Biden restabeleceu as restrições de viagem impostas por Trump em maio de 2020 para a maioria dos estrangeiros vindos do Brasil (estudantes e turistas precisam fazer quarentena em outro país antes de entrar nos EUA).

A proibição estará em vigor até que Biden determine que é seguro suspendê-la, e um porta-voz da Casa Branca disse anteriormente à Newsweek que as diretrizes e restrições são implementadas com base no que o governo sabe sobre como desacelerar a propagação do vírus e algumas variantes.

O Brasil tem o segundo maior número de mortes no mundo, depois dos Estados Unidos. Mais de 360.000 pessoas morreram de COVID-19. A pandemia deve permanecer em níveis preocupantes ao longo do mês de abril, segundo dados do Boletim Extraordinário do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado nesta quarta-feira (14).

Epidemiologistas disseram que a alta taxa de transmissão no Brasil aumenta o risco de variantes mais mortais. Pesquisadores da Universidade de São Paulo relataram que a variante do coronavírus P1 do Brasil está se transformando em uma versão que pode ser resistente a vacinas.

“Qualquer pessoa que vá ao Brasil precisa entender qual é a situação”, disse a Dra. Aileen Marty, especialista em doenças infecciosas da Florida International University em entrevista ao jornal Local 10.

A orientação dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA é de que as pessoas evitem todas as viagens ao Brasil e alistaram o país como um risco 4 de alto nível desde o ano passado. De acordo com o CDC, houve 126 casos verificados da variante do coronavírus P1 na Flórida.

Ainda não há uma data final definitiva para quando as pessoas poderão viajar livremente do Brasil aos EUA e a secretária de imprensa Jen Psaki disse que as medidas permanecerão enquanto for necessário para manter a segurança do público.

Bruce Aylwa, assessor sênior da Organização Mundial da Saúde, disse à revista NewsWeek que o Brasil está enfrentando um "inferno violento de um surto" e especialistas brasileiros em saúde pública disseram que poderia ser uma "ameaça global". 

Vacinação Brasil 

Um painel sobre a vacinação no Brasil do Ministério da Saúde mostra que, do total das pessoas vacinadas (27.567.230) até o dia 10 de abril, 30,2% completaram o esquema vacinal com duas doses e 69,8% receberam apenas a primeira dose do imunizante.