Júri condena ex-policial Derek Chauvin pela morte de George Floyd

Por Arlaine Castro

Júri foi unânime na decisão.

Os 12 jurados decidiram na noite de terça-feira, 20, que o ex-policial Derek Chauvin é culpado pela morte de George Floyd, homem negro asfixiado durante uma abordagem policial em maio de 2020, em Minneapolis.

Os cinco homens e as sete mulheres não compraram a versão da defesa de que a vítima foi morta por problemas cardíacos e uso de drogas e não pelo joelho de Chauvin. O júri expressou a decisão de forma rápida e taxativa, condenando em apenas dez horas, por unanimidade, o policial branco de 44 anos, em três acusações pela morte do negro Floyd, há 11 meses.

O júri estava reunido desde segunda-feira, 19, para discutir o caso e chegar a uma decisão unânime. Antes, foram ouvidos os depoimentos de testemunhas, defesa e acusação no processo. Chauvin se recusou a depor no tribunal.

“Acredite nos seus olhos”, apelou o promotor Steve Schleicher ao júri. Eles acreditaram piamente nas imagens que exibiram o policial impassível, pressionando o joelho sobre o pescoço de George Floyd por 9 minutos e 29 segundos, até que, sufocado, ele parasse de respirar.

O ex-policial foi considerado culpado em todas as três acusações de homicídio contra o ex-segurança negro: causar a morte, sem intenção, por meio de um ato perigoso, sem consideração pela vida humana; negligência ao assumir o risco consciente de causar a morte de Floyd e homicídio culposo.

A pena ainda será anunciada pelo juiz em dois meses. Chauvin pode pegar até 40 anos de prisão. Embora o sistema de justiça criminal dos EUA e os júris tenham dado margem de manobra e alguma proteção legal aos policiais que usam a violência para subjugar civis, os jurados de Minneapolis descobriram que Chauvin havia ultrapassado os limites e usado força excessiva.

Assim que a condenação foi anunciada, Chauvin deixou a sala de audiências algemado.

Projeto de lei contra a violência policial

Com a condenação, a expectativa é a de que o Senado se sinta mais pressionado, com o aval da Casa Branca, para aprovar a lei que leva o nome de George Floyd e visa a combater a má conduta policial, o uso excessivo de força e o preconceito racial.

Elaborado por democratas, o projeto de lei foi aprovado em fevereiro pela Câmara dos Representantes, mas está emperrado no Senado. Para ratificá-lo, dez republicanos teriam que se juntar aos 50 senadores democratas. Com informações da Reuters e AFP.

Veja abaixo o vídeo do momento em que o policial permanece com o joelho sob Floyd mesmo após este dizer que não estava conseguindo respirar.