EUA anunciam US $ 310 milhões em ajuda para conter imigrantes da América Central

A vice-presidente Kamala Harris anunciou US $ 310 milhões adicionais em ajuda dos Estados Unidos à América Central para controlar o aumento do fluxo imigratório na fronteira sul.

Após uma reunião virtual com o presidente da Guatemala Alejandro Giammattei na segunda-feira, 26, os dois países concordaram em trabalhar juntos para frear a chegada de imigrantes dos países daquela região. Harris ainda não falou com os líderes de Honduras e El Salvador.

O presidente Joe Biden deu a Harris a tarefa de liderar os esforços dos EUA com o México e os países do Triângulo Norte da América Central - Honduras, El Salvador e Guatemala - para impedir um número crescente de migrantes de cruzar para os Estados Unidos.

"Queremos trabalhar com vocês ... de uma forma que traga esperança ao povo da Guatemala, de que haverá uma oportunidade para eles se ficarem em casa", disse Harris, acrescentando que visitaria a região em junho.

Combate à fome e à violência

Em nota, o gabinete informou que os recursos virão da USAID, junto com os Departamentos de Estado, Defesa e Agricultura e serão para combater a violência, a fome, o desemprego e pandemia da COVID-19 naqueles países e evitar assim que os cidadãos tenham que vir para os EUA. 

Por exemplo, a ajuda humanitária inclui US $ 125 milhões para lidar com secas repetidas, escassez de alimentos e a pandemia da COVID-19, junto com US $ 104 milhões do Departamento de Estado dos EUA para ajudar com a segurança e proteção de refugiados e requerentes de asilo.

O Departamento de Defesa dos EUA fornecerá US $ 26 milhões para aumentar as atividades de parceria na região voltadas para serviços de saúde, educação e socorro em desastres, de acordo com o gabinete da vice-presidente.

Furacões consecutivos e o impacto econômico da pandemia em 2020 aumentaram o número de pessoas que passam fome este ano na Guatemala, Honduras e El Salvador para 7,8 milhões, de acordo com o Programa Mundial de Alimentos.

Após a reunião, o ministro das Relações Exteriores da Guatemala, Pedro Brolo, disse em entrevista coletiva que a Guatemala e os Estados Unidos concordaram em "estabelecer uma nova força-tarefa conjunta de proteção de fronteira", incluindo um pequeno número de funcionários do Departamento de Segurança Interna dos EUA.

Cerca de 16 funcionários do DHS viajariam inicialmente para a Guatemala para treinar funcionários locais no fortalecimento da infraestrutura de fronteira. Sob o comando do ex-presidente Donald Trump, um pequeno grupo de funcionários do DHS também operou na Guatemala por um tempo.

Harris também falou em ajudar a construir centros para deportados e reforçar a segurança nos portos da Guatemala, que enviará uma equipe aos Estados Unidos para ajudar a reunificar menores guatemaltecos desacompanhados com seus pais.

Só em março, o México disse que mais de 18.000 crianças desacompanhadas da América Central cruzaram seu território a caminho dos Estados Unidos.