Dez brasileiros vão presos por fraude nos EUA, nove estão foragidos

Por Livia Mendes

Esquema envolveu o uso de mais de 2 mil identidades roubadas.

Dezenove cidadãos brasileiros foram acusados na última sexta-feira (07) de se envolverem em uma quadrilha para criar contas fraudulentas de motoristas com várias empresas de serviços de compartilhamento e entrega usando identidades roubadas. Os acusados alugavam ou vendiam essas contas para motoristas que de outra forma não poderiam dirigir por esses serviços. Dez dos indiciados foram presos e nove continuam foragidos. As prisões ocorreram em Massachusetts, Flórida e Califórnia.

O esquema também envolveu o uso de contas fraudulentas para explorar os programas de bônus de referência da empresa e o uso de "bots" automatizados e tecnologia de falsificação de GPS para aumentar a receita obtida com as contas de motorista fraudulentas. O governo estima que as identidades de mais de 2 mil vítimas foram roubadas e usadas como parte do esquema.

O procurador interino dos EUA, Nathaniel R. Mendell, disse que o esquema permitia que motoristas não qualificados trabalhassem em serviços de transporte compartilhado e entrega de comida, ao roubarem identidade de clientes que utilizavam os serviços. “Isso significa contas para motoristas não qualificados que não podiam atender às qualificações mínimas, não eram elegíveis para trabalhar nos Estados Unidos ou não podiam passar por uma verificação de antecedentes”, afirmou.

A denúncia alega que o esquema estava em vigor desde janeiro de 2019, continuando até meados de abril deste ano. Durante esse período, os acusados obtinham imagens das carteiras de habilitação das vítimas e números de seguro social. Os seguintes réus, todos brasileiros, foram presos e acusados por ação criminal com uma acusação de conspiração para cometer fraude eletrônica:

Wemerson Dutra Aguiar, 25, residente em Lynn e Woburn, Massachusetts; Priscila Barbosa, 35, residente em Saugus, Massachusetts; Edvaldo Rocha Cabral, 41, residente em Lowell, Massachusetts; Clovis Kardekis Placido, 37, residente em Citrus Heights, California; Guilherme Da Silveira, 28, residente em Revere, Massachusetts; Flavio Candido Da Silva, 35, residente em Revere, Massachusetts; Altacyr Dias Guimarães Neto, 34, residente em Kissimmee, Flórida; Bruno Proencio Abreu, 28, residente em Saugus, Massachusetts; Jordano Augusto Lima Guimarães, 34, residente em Salem, Massachusetts; Alessandro Felix Da Fonseca, 25, residente em Revere, Massachusetts.

Outros nove réus permanecer foragidos e o procurador interino fez o apelo para que qualquer pessoa que tenha informações que possam ajudar na investigação para entrar em contato. “Eu encorajo as pessoas que acreditam que podem ser vítimas dessa fraude a entrar em contato com meu escritório”. Se alguma pessoa acredita ter sido vítima do esquema ou tiver alguma informação relevante, pode entrar em contato através do site Justice.Gov.

As acusações de conspiração por cometer fraude eletrônica preveem uma sentença de até 20 anos de prisão, três anos de libertação supervisionada e uma multa de 250 mil ou duas vezes o ganho bruto ou perda do delito, o que for maior.

Fonte: Justive.gov