Governo Biden é pressionado a suspender as restrições de entrada nos EUA

Por Arlaine Castro

Voos de Miami para Nova York e vice-versa sofreram redução.

Cada vez mais autoridades e organizações americanas pressionam o governo Biden pelo fim das restrições de viagens relacionadas à Covid-19 que permanecem em vigor há 15 meses.

O questionamento mais recente de prefeitos de cidades fronteiriças e estados que precisam retomar a economia é: por que as viagens internacionais, que foram suspensas por mais de um ano, não foram autorizadas a retomar?

Os funcionários do governo não tiveram uma resposta.

"Se o governo não quiser suspender essas restrições, ele precisa fornecer uma razão convincente para o motivo", disse o prefeito Trey Mendez de Brownsville, Texas, à CNN, citando uma tendência de queda nos casos de Covid-19 em sua cidade e acesso a vacinas.

No ano passado, no início da pandemia de coronavírus, o governo Trump estabeleceu limites ao longo das fronteiras terrestres do norte e sul dos Estados Unidos, reduzindo as viagens não essenciais. A restrição terrestre está em vigor até 21 de julho.

Também invocou uma autoridade de saúde pública, conhecida como Título 42, que permitia que os oficiais de fronteira recusassem os migrantes mandando-os de volta ao México.

Além disso, restringiu a entrada direta de viajantes oriundos do Brasil e outros países, que não são cidadãos ou residentes permanentes, exigindo quarentena em outro país antes de entrar nos EUA via aérea. Na época, estudantes brasileiros que tinham sido aprovados em cursos nos EUA perderam suas bolsas em universidades. 

Pressão de Congressistas e organizações 

O deputado democrata Henry Cuellar, do Texas, perguntou repetidamente às autoridades quando as restrições devem ser suspensas, tanto em nível privado quanto em audiências no Congresso.

O deputado democrata Brian Higgins, de Nova York, expressou frustrações sobre a falta de transparência na flexibilização das restrições. “Desafia a lógica. Desafia a ciência. Desafia os fatos”, Higgins, que também atua como co-presidente do Northern Border Caucus, disse à CNN, referindo-se às limitações em curso nas viagens internacionais. Ele também enfatizou que as comunidades fronteiriças nos Estados Unidos e Canadá estão intimamente ligadas.

A deputada republicana Elise Stefanik, de Nova York, implorou ao governo Biden para suspender as restrições não essenciais às viagens em uma carta de junho. “Nossas comunidades não podem se dar ao luxo de mais atrasos ou aquiescências - uma ação unilateral para começar a reabrir a fronteira parece necessária”, escreveu ela na carta ao secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas.

"Enquanto a pandemia Covid-19 diminui nos Estados Unidos e os indivíduos aqui e em todo o mundo estão sendo vacinados, é hora de o governo encerrar as proibições de viagens que foram decretadas sob o pretexto de impedir a propagação da doença, disse a American Immigration Lawyers Association (AILA). 

Após os diversos pedidos para o fim das restrições, inclusive de companhias aéreas, o governo Biden informou que está formando grupos de trabalho de especialistas com Canadá, México, União Europeia e Reino Unido para determinar a melhor forma de reiniciar as viagens com segurança após 15 meses de restrições à pandemia, disse um funcionário da Casa Branca à Reuters.

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