CDC e Texas confirmam caso de "varíola dos macacos" em residente dos EUA

Por Arlaine Castro

A varíola dos macacos (Monkeypox em inglês) é uma doença viral rara, mas potencialmente séria, que normalmente começa com uma doença semelhante à gripe e inchaço dos gânglios linfáticos e progride para uma erupção disseminada no rosto e no corpo

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e os Serviços de Saúde do Departamento de Estado do Texas confirmaram em 15 de julho um caso de "varíola dos macacos (Monkeypox em inglês) em um residente dos EUA que viajou recentemente da Nigéria para os Estados Unidos.

A pessoa está hospitalizada em Dallas. O CDC está trabalhando com a companhia aérea e oficiais de saúde estaduais e locais para contatar passageiros e outras pessoas que possam ter estado em contato com o paciente durante dois voos: Lagos, Nigéria, para Atlanta em 8 de julho, com chegada em 9 de julho; e Atlanta para Dallas em 9 de julho.

De acordo com o CDC, o risco de propagação do passageiro para as outras pessoas nos aviões e nos aeroportos é baixo, uma vez que os viajantes nesses voos foram obrigados a usar máscaras, bem como nos aeroportos dos EUA devido à pandemia de COVID-19 em andamento, por isso o caso não é grave e nem considerado de alto risco.

A agência diz que não há tratamento comprovado e seguro para a doença. Mas a agência lembra que a vacina contra a varíola já foi usada para controlar surtos anteriores, como o ocorrido nos Estados Unidos em 2003.

O que é varíola dos macacos

A varíola dos macacos é uma doença viral rara, mas potencialmente séria, que normalmente começa com uma doença semelhante à gripe e inchaço dos gânglios linfáticos e progride para uma erupção disseminada no rosto e no corpo. A maioria das infecções dura de 2 a 4 semanas, segundo o CDC.

A doença pertence à mesma família de vírus da varíola, mas causa uma infecção mais branda. A maioria dos casos do vírus é leve, às vezes semelhante à catapora, e desaparece por conta própria em poucas semanas.

Nesse caso recente, os testes laboratoriais do CDC mostraram que o paciente está infectado com uma cepa da varíola dos macacos mais comumente vista em partes da África Ocidental, incluindo a Nigéria. Ela ocorre principalmente em partes remotas de países da África Central e Ocidental, perto de florestas tropicais.

As infecções com esta cepa de varíola dos macacos são fatais em cerca de 1 em cada 100 pessoas. No entanto, as taxas podem ser mais altas em pessoas com sistema imunológico enfraquecido.

Antes do caso atual, houve pelo menos seis casos notificados de varíola dos macacos em viajantes que retornavam da Nigéria (incluindo casos no Reino Unido, Israel e Cingapura). Este caso não está relacionado a nenhum desses casos anteriores. No Reino Unido, vários casos adicionais de varíola dos macacos ocorreram em pessoas que tiveram contato com os casos.

Surto de 2003

Embora rara, a doença já foi descoberta nos EUA antes. Em 2003, um surto da doença atingiu 47 pessoas no país, das quais nenhuma morreu. Segundo o CDC, aquela foi a primeira vez que a varíola dos macacos em humanos foi confirmada fora da África.

Na época, o vírus foi levado por roedores importados da África, que transmitiram a doença a cães da pradaria (um tipo de roedor nativo da América do Norte) usados como animais de estimação.

Conforme o CDC, só houve outros cinco registros de casos em humanos fora da África. Em 2018, três pessoas no Reino Unido e uma pessoa em Israel foram contaminadas. Em 2019, houve um caso em Cingapura.

Neste ano, além do caso identificado no Texas, foram registrados três outros casos no Reino Unido. O CDC observa que esses casos não têm relação com o do paciente no Texas.

Para ler o comunicado do CDC, clique aqui.