União Europeia volta a impor restrições a viagens não essenciais dos EUA

Por Arlaine Castro

A Ryanair, maior aérea de baixo custo da Europa, cortou cerca de 92% dos voos.

A União Europeia (UE) retirou, nesta segunda-feira, 30, os Estados Unidos da lista de países cujos cidadãos estão autorizados a fazer, sem restrições, viagens não essenciais ao território do bloco durante a pandemia do coronavírus.

“Israel, Kosovo, Líbano, Montenegro, a República da Macedônia do Norte e os Estados Unidos foram removidos da lista”, disse o Conselho da UE em um comunicado.

A mudança envolve a nova imposição de restrições às viagens não essenciais desses países. “Viagens não essenciais para a UE de países ou entidades que não estão [na lista aprovada] estão sujeitas a restrições temporárias”, disse o comunicado.

No entanto, esta é uma recomendação da UE e as capitais europeias podem permitir um certo número de chegadas de viajantes totalmente vacinados, em meio a um cenário de preocupação generalizada com o aumento dos casos. Apesar da recomendação, depende de cada país receber ou não um viajante dos EUA e adotar suas restrições, como quarentena ou certificação da vacina. 

Apenas 17 países estão autorizados a fazer viagens não essenciais para o bloco, além da China, em uma decisão que depende de medidas de reciprocidade.

Aumento nas infecções nos EUA

A decisão de reimpor as restrições ocorre em meio a um grande aumento nas infecções nos EUA devido à variante delta. A transmissão é alta em todo o país, mas os impactos são piores nas regiões praticamente não vacinadas do país.

A lista de viagens da UE é atualizada a cada duas semanas, e a decisão é meramente uma recomendação não vinculativa, mas se aplica a todos os viajantes, independentemente do status de vacinação.

Os Estados membros são responsáveis por tomar suas próprias decisões sobre viagens, incluindo se devem impor quarentena a pessoas não vacinadas ou exigir um certificado de vacinação para entrar.

De acordo com os critérios da UE, os países precisam ter menos de 75 casos por 100.000 pessoas nas últimas duas semanas, além de uma tendência estável ou decrescente de novos casos e uma taxa de positividade de 4% ou menos.

Os EUA não atendem a esse critério, de acordo com dados da UE, pois havia cerca de 588 casos por 100.000 pessoas. De acordo com os números mais recentes dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, a taxa de positividade é de cerca de 10%

As viagens internacionais continuam sendo um ponto de discórdia entre os EUA e o resto do mundo. Muito porque o governo Biden não suspendeu suas próprias restrições de fronteira, apesar da pressão da comunidade internacional e de grupos da indústria do turismo. Com informações da AFP.