Sonha em cursar universidade nos EUA? Veja dicas de estudantes e profissionais brasileiros

Realizar o sonho passa por pesquisar, entender o processo, fazer provas e testes, além de análise curricular.

Por Arlaine Castro

Do Rio de Janeiro, Caroline Louredo da Silva, 21 anos, cursa Enfermagem na Advent Health University em Orlando.

Entrar para uma universidade nos Estados Unidos é o sonho de muitos jovens. Mas do processo de inscrição, para a seleção e a conquista da vaga há um caminho a ser percorrido.

Assim como acontece no ENEM no Brasil, a maioria das universidades americanas utiliza a nota do SAT (Scholastic Aptitude Test ou Teste de Aptidão Escolar), para aprovar o estudante. Além dessa prova, o aluno estrangeiro também precisa fazer o teste de proficiência de línguas TOEFL - Test of English as a Foreign Language ou Teste de Inglês como Língua Estrangeira, que é essencial, já que o curso é ministrado totalmente em inglês, sem tradução.

Muita pesquisa

O estudante Bruno Andrade, de Salvador (BA), foi aprovado no ano passado para o curso de Artes Cênicas na University of Nebraska-Lincoln. Em entrevista ao Gazeta News, ele contou sobre o processo que envolveu meses de pesquisa: de dezembro de 2019 a abril de 2020, quando se matriculou oficialmente.

Tão logo foi aceita a inscrição, ele teve que fazer o exame que testa o conhecimento da língua inglesa. "O primeiro passo que a minha faculdade escolhida exigiu foi realizar o TOEFL, um teste de proficiência em inglês. Em seguida, tive que traduzir o meu histórico escolar do ensino médio e enviar para eles. A partir disso, eles me ofereceram uma bolsa e começamos a me matricular oficialmente", conta o estudante que hoje faz o terceiro semestre.

Ao todo, ele conta que o curso tem o custo de $30.000, mas conseguiu desconto de $10,000. "Realizar a prova do SAT não é essencial, mas uma boa nota no mesmo irá aumentar qualquer chance de bolsa acadêmica oferecida", ressalta.

Entender o processo

Professora da Downtown Doral Charter Elementary School, Ana Paula Laks diz que a família e aluno buscarem entender o processo é fundamental.

"Acho que algumas das dificuldades incluem entender como funciona o processo de admissão às faculdades - certificar-se de que todos os créditos das escolas estrangeiras sejam avaliados e aplicados corretamente ao histórico escolar do ensino médio para que esteja pronto para as inscrições; e finalmente o fato de que os alunosfamílias podem não ser elegíveis para auxílio financeiro e, portanto, as famílias precisam estar dispostas a pagar mais do que a média de um aluno", analisa.

Sobre o mais importante para um bom desempenho na aceitação em uma universidade americana, ela ressalta que fazer cursos difíceis e desafiadores e ter boas notas neles. Além de explicar na entrevista ou no processo de seleção por que decidiu fazer uma graduação nos EUA.

Nota não é tudo

Nos EUA, a prova é apenas uma parte do processo. "As principais provas como o SAT e ACT não aprovam ou desaprovam. Elas são uma chancela de como o aluno se encontra academicamente. O GPA é um outro indicador importante. Ele retrata o desenvolvimento acadêmico do aluno ao longo dos anos. Mas nota não é tudo. As universidades buscam alunos completos. O que faz as atividades extracurriculares ganharem muita importância", afirma a Math1, plataforma de aulas online para preparação de brasileiros para o vestibular dos EUA.

Outra grande preocupação se refere ao preço das Universidades. "Aqui a Educação básica é gratuita mas as universidades são pagas. Por isso a importância de fazer uma boa aplicação para pleitear também uma bolsa de estudos".

Inglês e matemática

A preparação de brasileiros para entrar em uma universidade dos EUA passa pela aprendizagem do inglês, essencial para entender inclusive a matemática, por exemplo, que é diferente.

"Quanto mais cedo o estrangeiro consegue romper essa barreira da língua, mais chance de sucesso ele tem. Mas essa não é a única dificuldade. Na matemática por exemplo, a abordagem é bem diferente daquela feita no Brasil. Quando algum indicador cresce de forma linear, no Brasil é retratado como uma reta perfeita, mas aqui é retratado por uma sequência de pontos que se aproximam de uma reta. Isso me agrada porque é muito mais próximo da realidade. Quando esse estudante estiver no mercado de trabalho, são dados como esses que ele precisará analisar", explica a Math1.