Farmacêutica pede à FDA autorização de pílula anti-COVID

Por Arlaine Castro

Segundo a empresa, a pílula reduziu as hospitalizações e mortes pela metade entre os pacientes com sintomas iniciais de COVID-19.

A farmacêutica Merck pediu nesta segunda-feira, 11, à Food and Drug Administration (FDA), reguladora de saúde dos EUA, que autorize sua pílula para o tratamento de COVID-19.

Se aprovada pela FDA - uma decisão que pode vir em questão de semanas -, seria a primeira pílula comprovada para tratar a doença. Todos os outros tratamentos apoiados pela FDA contra COVID-19 requerem infusão intravenosa ou injeção.

Uma pílula antiviral que as pessoas podem tomar em casa para reduzir seus sintomas e acelerar a recuperação pode ser inovadora, facilitando o número esmagador de casos em hospitais dos EUA e ajudando a conter surtos em países mais pobres com sistemas de saúde fracos. Também reforçaria a abordagem em duas frentes da pandemia: tratamento, por meio de medicamentos, e prevenção, principalmente por meio de vacinações.

O FDA examinará os dados da empresa sobre a segurança e eficácia do medicamento, molnupiravir, antes de tomar uma decisão.

A Merck e seu parceiro Ridgeback Biotherapeutic disseram que pediram especificamente à agência para conceder uso de emergência para adultos com COVID-19 leve a moderada que estão em risco de doença grave ou hospitalização. É mais ou menos assim que as drogas de infusão COVID-19 são usadas.

Segundo a empresa, a pílula reduziu as hospitalizações e mortes pela metade entre os pacientes com sintomas iniciais de COVID-19. Os resultados foram tão fortes que especialistas médicos independentes monitorando o estudo recomendaram interrompê-lo mais cedo.

Os efeitos colaterais foram semelhantes entre os pacientes que receberam a droga e aqueles em um grupo de teste que recebeu uma pílula simulada. Mas a Merck não detalhou publicamente os tipos de problemas relatados, o que será uma parte importante da revisão do FDA.

As principais autoridades de saúde dos EUA continuam a promover a vacinação como a melhor forma de proteção contra COVID-19. Ainda assim, cerca de 68 milhões de americanos elegíveis permanecem não vacinados, enfatizando a necessidade de medicamentos eficazes para controlar futuras ondas de infecção.

Várias outras empresas, incluindo Pfizer e Roche, estão estudando medicamentos semelhantes e devem apresentar resultados nas próximas semanas e meses. A AstraZeneca também está buscando a autorização da FDA para um medicamento com anticorpo de ação prolongada, com o objetivo de fornecer meses de proteção para pacientes com distúrbios do sistema imunológico e que não respondem adequadamente à vacinação. Com informações da AFP.