Brasileiro que invadiu Capitólio é condenado a liberdade condicional e multa

Por Arlaine Castro

Eliel Rosa, 53 anos, participou da invasão ao Capitólio em janeiro durante a confirmação do resultado eleitoral que legitimou a vitória de Biden.

O brasileiro Eliel Rosa, 53 anos, que participou da invasão ao Capitólio em janeiro foi condenado pela Justiça a cumprir um ano de liberdade condicional, pagar multa de US$ 500 e prestar 100 horas de serviços comunitários.

Rosa fez parte do grupo de apoiadores do ex-presidente Donald Trump, que entrou à força no Congresso em 6 de janeiro, durante a contagem dos votos da eleição presidencial, que deu vitória ao democrata Joe Biden. Cinco pessoas morreram no tumulto.

No dia 12 deste mês, ele compareceu pessoalmente perante o juiz do Tribunal Distrital dos EUA, Trevor McFadden, em D.C., para ser condenado. Em julho, ele já tinha se declarado culpado pelas acusações de uma contravenção Classe “B”. Dentre as acusações estão obstrução de procedimento oficial, entrar e permanecer em um prédio ou terreno restrito e conduta desordenada e perturbadora.

A invasão

De acordo com a investigação do FBI, Rosa viajou do Texas para Washington, motivado por um post de Trump no Twitter, em que o republicano convocava apoiadores a uma manifestação, alegando fraude nas eleições. Ele teve a companhia de uma amiga, Jenny Cudd, que também participou do protesto.

A invasão aconteceu durante a sessão que referendava a vitória de Biden na disputa presidencial. Momentos antes, Trump discursou aos apoiadores afirmando que não aceitaria o resultado eleitoral.

Em seu memorando, o Departamento de Justiça disse que Rosa e Cudd haviam retornado ao hotel depois de ouvir o comício "Stop the Steal" do ex-presidente Donald Trump em 6 de janeiro - mas voltaram ao Capitólio após ouvir o ex-vice-presidente Mike Pence não iria anular a eleição.

Rosa e Cudd posteriormente entraram no Capitol estavam perto o suficiente do Saguão do Orador que Rosa afirmou ter ouvido o tiro que matou Ashli Babbitt.

Ele foi fotografado dentro da sede do Legislativo e também aparece em imagens de câmeras de segurança. Rosa chegou a postar no Facebook um registro, em que aparece ao lado da amiga dentro do Capitólio.

Três dias após o motim, Rosa foi ao escritório local do FBI perto de sua casa e se entregou. McFadden, um ex-promotor federal e procurador-geral adjunto nomeado para o Tribunal Distrital dos Estados Unidos para o Distrito de Columbia por Trump em 2017, disse que nunca tinha ouvido falar de um réu se entregando à polícia antes mesmo de ser nomeado como suspeito de um crime.

A advogada do brasileiro, Michelle Peterson, da Defensoria Pública Federal, disse que seu arrependimento era um fator a favor de uma sentença de liberdade condicional. Ela também disse que ele poderia enfrentar possíveis consequências de imigração como resultado de sua condenação.

Rosa e sua esposa vieram para os EUA em 2016, vindos do Brasil, como resultado de perseguição política. Eles receberam asilo em outubro de 2018 e buscavam a cidadania dos EUA. Com informações do canal WUSA9.