EUA vão mudar regras de viagens por causa da variante ômicron

Por Arlaine Castro

Haverá alteração para entrada de viajantes estrangeiros.

Passageiros de aviões destinados aos Estados Unidos enfrentarão regras de exames de Covid-19 mais rigorosas e mais países endurecem o controle das fronteiras em meio à incerteza a respeito da variante Ômicron do coronavírus e de sua capacidade de driblar a proteção das vacinas.

Casos da nova variante foram confirmados em Botswana, Reino Unido, Itália, Alemanha, Bélgica, Israel, Holanda, Austrália, Hong Kong e Brasil. Cerca de 56 países estavam implementando medidas de viagens para se proteger contra a Omicron a partir de 28 de novembro, disse a Organização Mundial da Saúde.

Funcionários da OMS disseram que 24 países podem ter relatado casos da variante até agora, mas algumas das primeiras indicações eram de que a maioria era leve e nenhum grave.

Ainda não foram detalhadas quais restrições os EUA irão implantar. O presidente Joe Biden disse que na quinta-feira, 2, vai anunciar quais os planos para reforçar a segurança nos voos para combater a pandemia. A Casa Branca analisa um pedido de um órgão de governo para que seja alterada a regra de teste para viajantes estrangeiros. Em um discurso na segunda-feira, ele disse que a variante é "um motivo de preocupação - não um motivo de pânico".

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças afirmaram na terça-feira (30) que vão exigir um resultado negativo de teste de Covid-19 feito pelo menos 24 horas antes do embarque dos passageiros com destino ao país.

Jason McDonald, o porta-voz, disse que o órgão quer mudar a forma atual como se testam os viajantes enquanto se aprende mais sobre a variante ômicron. "Uma ordem (de regras para voar) revisada iria diminuir o tempo máximo obrigatório do teste para todos os viajantes internacionais para um dia antes da partida para os EUA", ele disse.

Os Estados Unidos já proibiram a entrada de quase todos os estrangeiros que estiveram em um dos oito países da África Austral e emitiram uma diretiva exigindo que as companhias aéreas revelem os nomes e outras informações dos passageiros que estiveram em um dos 8 países incluídos na restrição.

Países e restrições

A União Europeia, Canadá, Reino Unido e Israel também anunciaram restrições de viagens de países da África Austral.

Japão e Hong Kong disseram que aumentarão as restrições de viagem e a Malásia proibiu temporariamente viajantes de países considerados em risco. O Japão, que já havia suspendido a entrada de todos os estrangeiros, relatou seu segundo caso da nova variante na quarta-feira.

Outros países se preparam para mais casos: a Austrália disse que ao menos duas pessoas já provavelmente infectadas visitaram locais de Sydney e a Dinamarca disse que uma pessoa infectada participou de um grande concerto.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que "restrições de viagem generalizadas não impedirão a disseminação internacional e impõem um fardo pesado sobre vidas e meios de sustento", mas também aconselhou pessoas indispostas, em risco, de 60 anos ou mais e que não se vacinaram a adiarem viagens.

Novas vacinas

O presidente-executivo da BioNTech disse que a vacina que a empresa faz em parceria com a Pfizer provavelmente proporcionará uma proteção forte contra doenças graves decorrentes da Ômicron.

Tanto o Reino Unido quanto os EUA ampliaram seus programas de doses de reforço em reação à nova variante.

Relatada primeiramente no sul da África uma semana atrás, a Ômicron ressalta a disparidade entre grandes iniciativas de vacinação em países ricos e a inoculação esparsa no mundo em desenvolvimento.