ICE e autoridades brasileiras impedem ataques de grupos neonazistas no Ano Novo

Por Arlaine Castro

A polícia brasileira encontrou explosivos caseiros, armas, parafernália nazista e planos detalhados de ataques futuros durante a operação.

Agentes de Investigações de Segurança Interna da Immigration and Customs Enforcement (ICE) trabalharam com as autoridades brasileiras para impedir que neonazistas planejassem e executassem um ataque em massa na véspera de Ano Novo em São Paulo.

De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública do Brasil, quatro mandados de prisão e 31 mandados de busca e apreensão foram executados nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul como parte da Operação Bergon, que teve como alvo anti-semitas e redes neonazistas online e ameaças de atos de violência.

A operação, que foi lançada em maio em resposta a grupos neonazistas que usam plataformas online com base nos Estados Unidos para fomentar a violência contra civis judeus e negros, foi batizada em homenagem à irmã Denise Bergon, uma freira francesa que salvou 83 crianças judias dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Ela foi homenageada por Yad Vashem como Justa entre as Nações em 1980.

A atividade neonazista foi monitorada pelo Laboratório de Operações Cibernéticas da Secretaria de Operações Integradas do Brasil e informações críticas foram compartilhadas com contrapartes americanas do HSI na Embaixada dos EUA em Brasília entre maio e novembro.

“Enquanto executava os mandados de busca, a polícia brasileira encontrou explosivos caseiros, armas, parafernália nazista e planos detalhados de ataques futuros”, disse o ICE sobre as batidas. “Um dos perpetradores afirmou posteriormente que planejava usar esses explosivos durante a celebração do Ano Novo no estado de São Paulo.”

A HSI Brasilia compartilhou informações com as autoridades brasileiras no início da investigação sobre “múltiplos ataques planejados com vítimas em massa em escolas locais e outros locais públicos em todo o Brasil”. A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu então um suspeito em 12 de maio que supostamente possuía dispositivos eletrônicos que forneciam informações sobre alvos em potencial e redes entre extremistas.

“Por meio de colaboração investigativa contínua, membros de células perigosas anti-semitas e neonazistas foram apreendidos antes de causar um possível evento de vítimas em massa”, disse o adido em exercício da HSI Brasília, Patrick Chen. “O sucesso da Operação Bergón é um excelente exemplo da importância das parcerias internacionais no desmantelamento de organizações criminosas que ameaçam a segurança pública e vidas inocentes.” Fonte: Homeland Security Today.