Brasileiro é acusado de roubo de identidade após 23 anos como comissário nos EUA

Por Arlaine Castro

Ricardo Cesar Guede estava usando a identidade de William Ericson Ladd, morto em 1979.

Uma Corte Federal em Houston, Texas, formalizou uma acusação contra Ricardo Cesar Guedes, que estava usando a identidade de William Ericson Ladd, morto em 1979.
Em uma denúncia apresentada na Justiça dos EUA, investigadores acusaram o brasileiro de roubo da identidade. O americano morreu em 1979, em um acidente de carro, um mês antes de completar 5 anos.

Guedes conseguiu enganar as autoridades para que lhe emitissem um passaporte de forma adulterada.

Ele teria encurtado o nome para Eric Ladd e usado a identidade roubada para trabalhar ilegalmente no país, chegando a atuar como comissário de bordo da United Airlines por 23 anos, sem seguir regras de imigração dos aeroportos.

Os investigadores alegam que Guedes nasceu em São Paulo em 1972, mas assumiu a identidade de Ladd em 1998. Ele requereu um passaporte americano usando os dados e desde então renovou o passaporte por seis vezes com o nome falso. Em dezembro de 2020, o Departamento de Estado identificou a fraude.

Uma investigação criminal foi iniciada e os agentes puderam rastrear a identidade de Guedes até o Brasil, pelas impressões digitais que ele apresentou para seus documentos na década de 1990. Autoridades americanas compararam essas impressões digitais com as que Guedes apresentou para verificação de seus antecedentes para trabalhar na United e confirmou que elas eram iguais.

O brasileiro foi acusado de fornecer declaração falsa em pedido de passaporte, se passar por um cidadão americano e entrar na área restrita do aeroporto sob falsos pretextos. A última acusação foi feita porque os privilégios de Guedes como comissário de bordo dos EUA permitiam que ele contornasse a maioria das verificações de segurança com seu status de membro de tripulação.

Agentes prenderam Guedes no aeroporto após vê-lo embarcar em um voo segurando um telefone que dizia “iPhone de Eric” na tela.

A defesa do brasileiro não quis comentar o caso. Em nota, a United disse que Guedes não era mais empregado da companhia aérea. Com informações do New York Post.