Após voto na ONU contra a Rússia, EUA elogiam Brasil

Por Arlaine Castro

O embaixador brasileiro na ONU, Ronaldo Costa Filho, durante votação contra a ação da Rússia na Ucrânia.

Brian A. Nichols, secretário adjunto para Assuntos do Hemisfério Ocidental dos Estados Unidos, usou as redes sociais para indicar um aceno da diplomacia norte-americana ao Brasil.

Responsável pela relação diplomática entre EUA e América Latina e Caribe, no último sábado, dia 5, ele disse que “os EUA se orgulham de estar ao lado do Brasil para defender os direitos humanos de todos aqueles que estão na Ucrânia", escreveu Nichols. "Todo voto importa no Conselho de Direitos Humanos na ONU para responsabilizar o Kremlin pelas horríveis ações da Rússia na Ucrânia”, completa a postagem no Twitter.

O post de Nichols foi compartilhado também por Douglas Koneff, responsável pelos negócios dos EUA no Brasil.

O secretário fez uma referência direta à votação no colegiado das Nações Unidas. Na ocasião, o Brasil se uniu aos Estados Unidos em uma condenação à Rússia pela invasão da Ucrânia.

Diplomatas americanos viajaram para a Venezuela no sábado, 5, reabrindo as conversas diretas entre os dois países depois de quase seis anos, abre a possibilidade de uma mudança nas relações dos governos Biden e Bolsonaro. De acordo com a apuração do jornal The New York Times, a viagem tem a ambição de tirar o governo Maduro do apoio explícito à Rússia na guerra da Ucrânia. Junto com a diplomacia, os EUA buscam fornecimento de petróleo alternativo à Rússia e a reabertura de negócios para as companhias americanas.

Algo semelhante pode acontecer com o Brasil, segundo fontes do Departamento de Estado. A invasão da Ucrânia já fez com que o secretário de Estado Antony Blinken telefonasse três vezes em 50 dias para o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Carlos França. Só na crise da espionagem sobre o governo Dilma Rousseff houve tanto esforço americano em falar com o Brasil. Não por acaso, o Brasil ocupa até 2023 uma das cadeiras no Conselho de Segurança da ONU.

Embora Bolsonaro tenha visitado a Rússia em janeiro, proclamado a sua solidariedade pessoal com Vladimir Putin e declarado a neutralidade no conflito, a postura do Itamaraty nas votações nas Nações Unidas tem sido pró-EUA, com nuances consideradas normais para a tradição brasileira. Com informações do Correio Braziliense e Veja.