Aumentam inscrições de estudantes estrangeiros em universidades nos EUA

Por Arlaine Castro

Até 15 de março, o número de candidatos internacionais havia crescido 34% desde 2020.

Faculdades e universidades proeminentes dos Estados Unidos relatam um aumento nas inscrições de estudantes estrangeiros nos últimos dois anos, impulsionado pela flexibilização das restrições de viagens pela pandemia e novas políticas que permitem que os alunos em potencial se inscrevam sem pontuações em testes, como o SAT ou ACT.

A análise do Washington Post dos dados do Common Application, uma plataforma online para centenas de escolas, descobriu que, em 15 de março, o número de candidatos internacionais havia crescido 34% desde 2020. Isso excedeu em muito a taxa de crescimento de 12% dos candidatos que já moram nos EUA.

Para a Universidade da Califórnia em Los Angeles, os pedidos internacionais de admissão de calouros aumentaram mais de 30% desde 2020 – para cerca de 23.600. O aumento coincide com a eliminação dos resultados dos testes como um fator nas admissões.

Na universidade pública de Indiana, os pedidos internacionais para admissão de calouros aumentaram 11% em dois anos. No sistema público da Universidade da Califórnia, eles subiram 17%. Algumas escolas particulares de renome revelaram grandes aumentos: Dartmouth College, 71%; Universidade de Yale, um aumento de 99%.

Em Yale, uma das universidades mais seletivas do mundo, as inscrições de todas as localidades, estrangeiras e nacionais, superaram 50.000 este ano pela primeira vez. Isso representa um aumento de 42% em relação ao total que a universidade recebeu em 2020. A taxa de admissão de Yale, que era de 6,5% naquele ano, caiu para 4,5% este ano.

Para a New York University, os aplicantes internacionais fazem parte de sua força vital. Cerca de um quarto de seus 27.000 alunos de graduação em Nova York são internacionais. A universidade privada também possui campi em Xangai e nos Emirados Árabes Unidos. Este ano, as inscrições internacionais para o campus principal da NYU em Nova York aumentaram 15%, disse Knoll-Finn, chefe de matrículas da NYU.

Queda pela pandemia

O Instituto de Educação Internacional, que rastreia as matrículas, descobriu que o número de estudantes internacionais de graduação nos Estados Unidos caiu 14% no ano letivo de 2020-2021. Isso exacerbou grandes problemas de recrutamento doméstico. As faculdades e universidades dos EUA reduziram mais de 5% de suas matrículas desde o outono de 2019 – quase 1 milhão de estudantes – em meio à pandemia e à agitação econômica.

A pandemia impôs grandes obstáculos no acesso aos testes para estudantes em todo o mundo. O College Board, dono do SAT, descobriu que cerca de 122.000 estudantes internacionais na classe do ensino médio de 2021 fizeram o teste de admissão - 23% a menos em comparação com a classe anterior.

Os dados do Common App mostram que os principais fornecedores de candidatos internacionais este ano, em ordem decrescente, são China, Índia, Canadá, Paquistão e Nigéria.

14 mil brasileiros

De acordo do relatório "Open Doors 2021", considerado o censo oficial da educação internacional nos Estados Unidos, divulgado recentemente, existem, atualmente, cerca de 14 mil brasileiros estudando em universidades estadunidenses, número que coloca o país em 8º lugar no ranking que contabiliza o número de alunos que vieram de outros países para realizar cursos de graduação no país. 

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