Biden reduz sanções de viagens e de negócios contra Cuba

Por Arlaine Castro

Será o primeiro encontro do governo Biden com autoridades cubanas.

O governo Biden, por meio do Departamento de Estado, anunciou na segunda-feira, 16, a retirada de algumas sanções impostas a Cuba desde 2017, realizadas durante o governo do ex-presidente Donald Trump.

A retomada do programa de reunificação de famílias e a permissão de voos além de Havana foram comemorados pelos cubanos, que apostam em uma melhora econômica na ilha, dependente do turismo.

Ao anunciar a série de medidas, o governo disse que acredita que elas “aumentarão o apoio ao povo cubano e salvaguardarão nossos interesses de segurança nacional”.

“Com essas ações, pretendemos apoiar as aspirações dos cubanos por liberdade e por maiores oportunidades econômicas para que possam ter uma vida bem-sucedida em casa”, disse Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado. “Continuamos pedindo ao governo cubano que liberte imediatamente os presos políticos, respeite as liberdades fundamentais do povo cubano e permita que o povo cubano determine seu próprio futuro”.

Políticas modificadas

- Restabelecimento do Programa de Liberdade Condicional para Reunificação Familiar Cubana, que aumentará os serviços consulares e o processamento de vistos; mais viagens para a ilha e aumentando a quantidade de dinheiro que as famílias podem enviar de volta à ilha.

A retomada do programa de reunificação de famílias, suspenso desde 2017, permite que residentes nos Estados Unidos ou cidadãos americanos solicitem autorização de viagem para familiares que moram em Cuba para irem ao país de Joe Biden. Os cubanos podem ainda ganhar autorização provisória para permanecerem em solo americano, com visto de trabalho, enquanto buscam a regularização no país.

- Voos para outros aeroportos além de Havana, a capital cubana, também voltam a ser permitidos. Mas as viagens a turismo individual ainda estão restritas e continua proibido o turismo de americanos em Cuba.

- Aumento do limite de remessa familiar de US$ 1.000 por trimestre e apoio de remessas de doações para empreendedores cubanos.

- Os EUA em breve permitirão também voos comerciais e privados.

Durante o governo Trump, houve redução nas permissões de viagens e redução nos destinos atendidos na ilha, o que reduziu e atrapalhou o turismo em Cuba. São os turistas que sustentam parte da economia na região, principalmente após a autorização para a abertura de pequenos negócios privados na ilha.

O governo cubano disse que os Estados Unidos dão um “passo na direção certa”. A ilha sofre há 50 anos com sanções impostas pelos americanos após a tomada de poder pelos irmãos Castro. Atualmente, o Partido Comunista permanece soberano na ilha, mas o governo é comandado por Miguel Diaz Carnel.
Cuba passa por dificuldades econômicas nos últimos anos. O país sofre ainda com os efeitos da pandemia e a redução no envio de remessas dos cidadãos que moram fora da ilha.