"Violência planejada" - EUA registram 198 tiroteios em 2022

No mais recente e cruel, Payton Gendron, um jovem de 18 anos, abriu fogo, matou 10 pessoas e feriu outras três em um supermercado de Buffalo, NY.

Por Arlaine Castro

Payton Gendron matou 10 pessoas; crime racial está sendo considerado.

Os Estados Unidos tiveram 198 tiroteios em massa em 2022. Com pouco mais de 19 semanas no ano, a média é de cerca de 10 ataques do tipo por semana.

A contagem é do Gun Violence Archive, uma organização independente de coleta de dados, que define um tiroteio em massa como um incidente em que quatro ou mais pessoas são baleadas ou mortas, excluindo o atirador.

No mais recente e cruel, um jovem de 18 anos abriu fogo, matou 10 pessoas e feriu outras três no último fim de semana em um supermercado de Buffalo, Nova York. Foi o tiroteio em massa mais mortal do ano no país.

2021 teve 693 tiroteios em massa registrados. Em 2020, foram 611 e 2019 teve 417, segundo o Gun Violence Archive.

Violência planejada

"Os massacres não surgem do nada. Isso é violência planejada. Em cada um desses casos, sempre há um rastro de... sinais de alerta comportamentais", disse à NPR Mark Follman, que pesquisa tiroteios em massa desde 2012, quando um atirador matou 12 pessoas em um cinema em Aurora, Colorado.

O suspeito do ataque de Buffalo deixou por escrito um discurso racista, vestiu uma armadura e transmitiu o ataque ao vivo.

Follman diz que o papel da saúde mental também é amplamente mal compreendido.

"O público em geral vê os atiradores em massa como pessoas totalmente loucas, insanas. Isso se encaixa na ideia de sair atirando por aí, como se essas pessoas estivessem totalmente desligadas da realidade. Não é o caso. Há um processo de pensamento muito racional que envolve o planejamento e a execução de tiroteios em massa”, explica.

Ele viajou de Broome County, Nova York, a cerca de 320 quilômetros de distância, para realizar seu ataque, segundo a polícia. A esmagadora maioria das vítimas era negra.

O Subcomitê da Câmara dos EUA sobre Crime, Terrorismo e Segurança Interna realizou uma audiência sobre o aumento de crimes de ódio e nacionalismo branco em abril de 2019. O representante de Nova York e presidente do Comitê Judiciário, Jerrold Nadler, descreveu a questão como "uma crise urgente em nosso país. "

 Fonte: NPR.