Nascimentos nos EUA aumentaram, mas ainda menos do que antes da pandemia

Por Arlaine Castro

A única exceção prevista é "salvar a vida da mãe durante uma emergência".

O número de nascimentos nos Estados Unidos aumentou no ano passado, mas ainda é menor do que antes da pandemia de coronavírus.

O aumento de 1% foi uma recuperação em relação a 2020, o primeiro ano da pandemia, que testemunhou a maior queda de um ano nos nascimentos nos EUA em quase 50 anos.

Mas ainda houve cerca de 86.000 nascimentos a menos no ano passado do que em 2019, de acordo com um relatório do governo divulgado na terça-feira.

“Ainda não estamos voltando aos níveis pré-pandêmicos”, disse a Dra. Denise Jamieson, presidente de ginecologia e obstetrícia da Emory University School of Medicine.

Os nascimentos nos EUA estavam em declínio há mais de uma década antes da chegada do COVID-19, e “eu esperaria que continuássemos a ver pequenas e modestas diminuições”, disse ela.

As autoridades acham que o aumento do ano passado reflete nascimentos de gestações que foram adiadas durante os primeiros dias incertos da pandemia. Os partos caíram em janeiro de 2021, mas melhoraram ao longo do ano, disse Brady Hamilton, dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA. Grande parte do aumento foi visto em mães mais velhas.

"Estes são nascimentos que foram adiados", disse Hamilton, principal autor do novo relatório.

O relatório é baseado em uma revisão de quase todas as certidões de nascimento emitidas no ano passado.

Algumas das principais descobertas:

— Quase 3,7 milhões de nascimentos foram registrados no ano passado, acima dos cerca de 3,6 milhões registrados em 2020.

— As taxas de natalidade caíram novamente para adolescentes e mulheres com menos de 25 anos, mas aumentaram 3% para mulheres com 30 e poucos anos, 5% para mulheres com 30 e 3% para mulheres com 40 e poucos anos.

— As taxas de natalidade aumentaram 1% para mulheres hispânicas e 3% para mulheres brancas. Mas eles caíram 1% para as mulheres asiáticas, 3% para as mulheres negras e 4% para as mulheres nativas americanas e nativas do Alasca. Isso pode refletir o impacto mais severo da pandemia na saúde e na vida de alguns grupos raciais, disseram especialistas.

– Os EUA já estiveram entre os poucos países desenvolvidos com uma taxa de fertilidade que garantiu que cada geração tivesse filhos suficientes para se substituir – cerca de 2,1 filhos por mulher. Mas está caindo e, em 2020, caiu para cerca de 1,6, a taxa mais baixa já registrada. Ele subiu ligeiramente no ano passado, para quase 1,7.

—A porcentagem de bebês nascidos pequenos e prematuros — com menos de 37 semanas — aumentou 4%, para cerca de 10,5%. Foi o maior desde 2007.

A taxa de nascimentos prematuros diminuiu ligeiramente em 2020, e as autoridades de saúde não sabem ao certo por que o aumento ocorreu. Mas as mães mais velhas são mais propensas a ter partos prematuros, assim como as mulheres infectadas com COVID-19, disse Joyce Martin, do CDC, coautora do estudo. Fonte: Associated Press.