Uma comitiva com representantes de 18 organizações da sociedade civil brasileira estará em Washington entre 24 e 29 de julho, para se reunir com membros do Departamento de Estado norte-americano, embaixadores da Organização dos Estados Americanos (OEA) e integrantes da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados dos EUA para pedir respaldo para o resultado das eleições brasileiras de outubro.
A ideia é dar a conhecer a situação político-eleitoral do Brasil e pedir que esses atores se pronunciem, de modo a validar o resultado das urnas, ganhe quem ganhar. O objetivo é tornar mais difícil uma "virada de mesa" por parte do presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição.
“Nos EUA, há uma sensibilidade ainda maior, por causa das tentativas de subversão do processo eleitoral americano em 2020 e da invasão ao Capitólio em 2021. As organizações brasileiras têm, portanto, muito a dizer e a ouvir nessa série de encontros”, afirma o diretor-executivo do Washington Brazil Office (WBO), Paulo Abrão, no comunicado sobre a comitiva publicado pelo jornal Valor Econômico.
Na próxima terça-feira, 26, a comitiva brasileira será recebida no Departamento de Estado e na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados.
Na sexta-feira, 29, haverá uma reunião bilateral com o deputado democrata Jamie Raskin, que está na linha de frente da Comissão Parlamentar que investiga a invasão do Capitólio americano, em 6 de janeiro de 2021.
Ainda no Congresso, ao longo dos cinco dias, haverá encontros bilaterais com outros deputados e senadores, incluindo o democrata Bernie Sanders (Vermont).
Embaixadores de países-membros da OEA (Organização dos Estados Americanos) também receberão a comitiva brasileira, que terá encontros ainda com organizações da sociedade civil local, como o Atlantic Council, a Wola (Washington Office on Latin America), o Wilson Center e a Usaid, entre outras.
Entre as entidades que irão ao encontro representar o Brasil, estão organizações de direitos humanos, feministas, ligadas ao movimento negro e de meio ambiente, como o Greenpeace e o Instituto Marielle Franco.
A iniciativa ocorre em meio a uma série de ataques às urnas que têm sido feitos por Bolsonaro nos últimos meses. Na segunda-feira, 18, ele recebeu embaixadores de vários países no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, em Brasília, para fazer uma apresentação na qual voltou a levantar suspeitas já desmentidas por órgãos oficiais sobre as eleições de 2018 e a segurança das urnas eletrônicas.