Inflação nos EUA fica estável em julho e acumula alta de 8,5%

Por Arlaine Castro

O resultado em julho está ligado a uma queda acentuada da gasolina.

A inflação nos Estados Unidos permaneceu estável no acumulado de 12 meses encerrado em julho de 2022, em 8,5%, segundo dados do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) divulgados na quarta-feira (10).

Na comparação com junho, o indicador não teve alteração. O valor foi menor que o esperado pelo mercado, que projetava uma alta mensal de 0,2%, com acumulado de 8,7%. No mês anterior, o IPC teve alta de 1,3%, acumulando 9,1% em 12 meses, o maior valor em 41 anos.

O núcleo do IPC, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, subiu 0,3% na comparação mensal, acumulando alta de 5,9% em 12 meses, o mesmo valor de junho.

O resultado em julho está ligado a uma queda acentuada de 20% no custo da gasolina, proporcionando o primeiro sinal de alívio para os bolsos dos norte-americanos, que viram a inflação disparar nos últimos dois anos e chegar ao maior valor em décadas.

Em relatório, o Departamento do Trabalho indiciou que as pressões inflacionárias subjacentes permanecem elevadas.

A inflação no país tem sido puxada para cima tanto por um choque de oferta que eleva preços principalmente de commodities, como o petróleo, quanto por uma demanda aquecida, com um mercado de trabalho próximo do pleno emprego.

O cenário inflacionário começou com a pandemia, e foi piorado pela guerra na Ucrânia.
Ao mesmo tempo, o Federal Reserve, banco central norte-americano, iniciou em março um ciclo de alta de juros para combater a inflação. Com quatro altas, os juros passaram do intervalo de 0% a 0,25% para 2,25% a 2,5% ao ano.

O IPC não é a referência do Fed para acompanhar a situação inflacionária nos Estados Unidos, mas é considerado um antecedente do dado oficial, o Índice de Despesas de Consumo Pessoal (PCE).

Por isso, após o dado de inflação mais fraco que o esperado, o mercado reforçou apostas em um ciclo de juros menos agressivo nos próximos meses, com uma elevação de 0,5 ponto percentual em setembro, e não 0,75 p.p. como projetado há alguns dias. Fonte: Reuters.