Biden anuncia perdão de dívidas até US$ 20 mil de 43 milhões de estudantes

A dívida federal com empréstimos estudantis chegou a US$ 1,6 trilhão.

Por Arlaine Castro

O perdão será para os estudantes com renda anual menor de US$ 125 mil.

O presidente Joe Biden anunciou o cancelamento de até US$ 20 mil de dívidas de empréstimos estudantis para milhões de americanos nesta quarta-feira, 24.

O perdão será de até US$ 10.000 (R$ 50.989, na cotação atual) em dívidas estudantis para milhões de pessoas e até US$ 20.000 (R$ 101,9 mil, na cotação atual) em dívidas para estudantes de baixa e média renda que anteriormente receberam uma doação Pell Grant, um subsídio a estudantes dado pelo governo federal dos EUA durante a pandemia.

Segundo o presidente, o perdão será destinado para os estudantes que tem uma renda anual menor de US$ 125 mil (R$ 637 mil, na cotação atual). Os 5% mais ricos do país não terão direito ao benefício. Ao todo, serão 43 milhões de estudantes beneficiados pelas ações.

O pacote de medidas voltado à educação também envolve o corte pela metade das mensalidades de estudantes de graduação. Em média, a redução será de US$ 1.000 (R$ 5.113, na cotação atual) para os pagamentos anuais dos empréstimos.

De acordo com o documento publicado pela Casa Branca, a dívida federal acumulada com empréstimos estudantis chegou a US$ 1,6 trilhão.

A publicação do governo destaca que os estudantes de classe média beneficiários "lutam com pagamentos mensais altos e saldos crescentes que dificultam a construção de riqueza, como comprar casas , guardar dinheiro para a aposentadoria e iniciar pequenos negócios".

O governo Biden diz que, com as medidas, haverá uma redução na desigualdade racial. De acordo com o comunicado, os alunos negros são duas vezes mais propensos a receberem o Pell Grants.

À repórteres, funcionários do governo disseram que a combinação de perdão e recomeço de pagamentos em janeiro "compensaria" um ao outro, em contraponto às críticas de que os principais elementos dos planos aumentariam a inflação.

 Os funcionários também divulgaram um plano já em andamento no Departamento de Educação para reformar o atual sistema de pagamento de empréstimos estudantis. Esse plano baseado em renda reduziria pela metade os pagamentos mensais para estudantes de graduação e proporia uma mudança permanente nas regras do programa de alívio de empréstimos para o serviço público para facilitar o recebimento de crédito de perdão de empréstimos para pessoas com empregos nas forças armadas, organizações sem fins lucrativos ou no governo.

No entanto, a medida agradará os progressistas, mas poderá aumentar a inflação, segundo conservadores ouvidos pelo “Financial Times”.