Livro-reportagem e filme contam como atuava o maior serial killer dos EUA

Por Arlaine Castro

O enfermeiro Charlie Cullen é apontado como o serial killer mais letal da história dos Estados Unidos, com envolvimento na morte de cerca de 400 pacientes.

Em um livro-reportagem o jor­nalista investigativo Charles Graeber conta a história do enfermeiro Charlie Cullen, serial killer mais letal da história dos Estados Unidos, com envolvimento na morte de cerca de 400 pacientes.

Sua trajetória de mortes durou 16 anos, ao longo dos quais ele pulou de hospital em hospital para apagar os rastros e continuar matando. Foi preso em março de 2006.

O trabalho jornalístico durou dez anos e contou com conversas exclusivas com Cullen, além de pesquisa documental e entrevistas. No fim de outubro, a Netflix lançará um filme adaptado a partir do livro.

Quem era Charles Cullen?

Charles Cullen é um famoso assassino nascido em Nova Jersey, que teve uma infância conturbada. Quando era bebê, perdeu o pai por causa de infarto. Aos nove, tentou-se matar ingerindo produtos de um kit de química para crianças. Aos 17, sua mãe e sua irmã morreram num acidente de carro. Depois de tudo isso, ele abandonou a escola, com a cabeça inquieta e os pés na rua.

Em 1978, Cullen se alistou na Marinha para operar mísseis balísticos de submarinos. Nas Forças Armadas, começou a apresentar sinais de instabilidade emocional e mental. Após algumas crises e tentativas de suicídio, foi internado num hospital psiquiátrico até 1984.

No mesmo ano, ele passou a cursar enfermagem. Queria reaver a vida. Era um excelente aluno, conseguindo uma disputada vaga de emprego por suas notas. Em 1987, se casou. Porém, logo começou a furtar medicamentos para se drogar e tentar novamente se suicidar.

Também foi nesse hospital que começou a sua carreira de crimes. De 1988 a 1992, ele realizou eutanásia e causou overdoses de insulina em dezenas de pacientes. Ao mesmo tempo, contaminava sacos intravenosos e soros, causando mais óbitos.

Uma investigação inicial foi realizada, e apesar de médicos terem apontado Cullen como responsável pelos homicídios, não foi possível reunir provas o suficiente para uma sentença. Ele, então, foi demitido.

Pouco tempo depois, entrou em outro centro médico, onde matou três idosas por overdose de um medicamento cardiovascular. Uma das senhoras até denunciou Cullen, mas a família achou que tinha sido um delírio da hospitalizada.

Em 1993, se divorciou e perdeu a guarda das filhas, o que desencadeou um surto no rapaz, que invadiu a casa de uma colega e tentou molestar mãe e filho. Após o ocorrido, ele foi internado compulsoriamente pela Justiça, para que tratasse sua depressão.

Após receber alta, ele voltou a trabalhar em hospitais pelo noroeste do país (que, por falta de profissionais, não buscavam os históricos dos médicos). Porém, em 2002, Cullen foi flagrado ao consumir medicamentos do estoque, o que gerou um inquérito que gerou a sua demissão. Na sequência, ex-colegas alertaram a polícia sobre suspeitas de que Cullen aplicava drogas para matar pacientes, o que nunca foi provado.

Cullen admitiu seus crimes e foi preso em 2003, e desde então cumpre prisão perpétua por 40 homicídios. No entanto, análises mais precisas estimam que o enfermeiro matou ao menos 400 pacientes. Fonte: Aventuras na História-UOL.