EUA observam um aumento no número de sobrenomes latinos

Por Arlaine Castro

Cerimônia de naturalização no Dia dos Refugiados no Holocaust Memorial Museum em Washington, D.C., June 20, 2016.

Os Estados Unidos estão observando um aumento no número de sobrenomes latinos. Mudanças em sobrenomes prevalentes nos Estados Unidos refletem a crescente diversidade do país. Os sobrenomes mais recorrentes nos Estados Unidos são Smith, Johnson, Williams, Brown e Jones. Porém, nomes latinos agora ocupam três lugares na lista dos dez principais sobrenomes* do Censo dos EUA.

Agora há mais Garcias nos Estados Unidos do que Millers ou Davids. Garcia é o sexto sobrenome mais comum. Rodriguez fica em 9º lugar, e Martinez, em 10º, informa o portal ShareAmerica.

“Estamos nos tornando um país muito mais diversificado racialmente, em especial entre os grupos mais jovens”, disse William Frey, demógrafo do Instituto Brookings e autor do livro Diversity Explosion: How New Racial Demographics are Remaking America (Explosão da diversidade: como a nova demografia racial está redefinindo os Estados Unidos, em tradução livre).

Entre as contagens do censo nacional de 2000 e 2010, Vazquez e Velazquez estavam entre os sobrenomes que estavam se tornando cada vez mais populares. Bautista, sobrenome espanhol também popular nas Filipinas, é outro sobrenome que integra a lista dos cada vez mais populares, segundo o censo.

(A análise do censo de 2020 foi adiada devido à pandemia. Especialistas esperam que o aumento de nomes hispânicos/latinos tenha continuado.)

CRESCIMENTO POPULACIONAL

A maior parte do aumento desses nomes é por causa de ganhos populacionais. Hispânicos representam 18,5% da população, contra 13% em 2000.

Nas últimas décadas, o crescimento populacional relacionado à imigração tende a ser mais atribuído a hispânicos e a pessoas de ascendência asiática do que a pessoas de ascendência europeia, afirma Frey. Em geral, taxas de natalidade mais altas entre hispânicos e pessoas de origem asiática do que entre pessoas brancas significam que a geração mais jovem — em particular — é mais diversificada. Essa geração também vai continuar dessa forma, já que há uma proporção menor de mulheres brancas em seu período de fertilidade, segundo Frey.

A expansão decorrente de imigrantes em idade ativa ajuda a impulsionar a força de trabalho e significa que mais trabalhadores podem sustentar idosos através de deduções da folha de pagamento da Previdência Social e do Medicare, diz ele.

“Nós temos uma população jovem que acrescenta energia à nossa força de trabalho”, afirma Frey. “São crianças e netos de imigrantes. Isso significa que são mais globalizados. Isso vai ajudá-los a ser abertos e receptivos às conexões globais de que precisamos.”

UMA HISTÓRIA AMERICANA

Peter A. Morrison, ex-demógrafo da corporação Rand e atualmente chefe da Morrison & Associates, afirma que os imigrantes, e as populações diversificadas descendentes deles, fazem parte da história americana.

Morrison afirma que, embora as origens dos americanos sofram mudanças, há um tema em comum em muitas histórias de americanos: eles ou seus antepassados tinham uma “ambição de deixar seu local de origem e buscar uma vida melhor em outro lugar”.

Além disso, afirma o secretário de Estado, Antony Blinken*, os mais de 60 milhões de hispano-americanos de hoje “fortalecem nossa nação todos os dias”.