EUA anunciam sanções à polícia de costumes do Irã por morte de jovem

Por Arlaine Castro

Mahsa Amini, de 22 anos, foi presa por usar o véu de forma inadequada e morreu sob custódia da unidade de costumes públicos da polícia nacional.

O governo americano impôs, nesta quinta-feira (22), sanções econômicas à polícia dos costumes do Irã em resposta à morte sob custódia policial de Mahsa Amini, uma jovem de 22 anos presa por, em tese, usar o véu de forma inadequada.

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos acusou a polícia moral de ser responsável pela morte de Amini e justificou as sanções pelo abuso e violência contra as mulheres iranianas e pela violação dos direitos dos manifestantes iranianos pacíficos.

"Mahsa Amini foi uma mulher corajosa, cuja morte sob custódia policial foi outro ato de brutalidade das forças de segurança do regime iraniano contra seu próprio povo", disse a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen.

"Mahsa Amini deveria estar viva hoje. Em vez disso, os Estados Unidos e o povo iraniano a lamentam. Exortamos o governo iraniano a encerrar sua perseguição sistêmica às mulheres e permitir protestos pacíficos", escreveu o secretário de Estado americano, Antony Blinken.

Em resposta à morte de Amini, manifestantes foram às ruas no Irã. Mulheres manifestantes queimaram véus e denunciaram a perseguição de que são objeto, por parte do governo. A ONG Iran Human Rights, com sede em Oslo, relatou que pelo menos 31 civis foram mortos em uma repressão das forças de segurança iranianas em seis noites de violência.

A morte de Amini

Amini, uma jovem iraniana de origem curda, havia sido detida pela unidade de costumes públicos da polícia nacional.

"Condenamos este ato inconcebível nos termos mais enérgicos e pedimos ao governo iraniano que ponha fim a sua violência contra as mulheres e a sua violenta repressão da liberdade de expressão e de reunião", afirmou em um comunicado o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos.

O Tesouro também impôs sanções ao chefe da polícia dos costumes, Mohammad Rostami Cheshmeh Gachi; ao chefe da divisão da polícia moral de Teerã, Haj Ahmad Mirzaei, e outros cinco funcionários de segurança de alto escalão envolvidos na repressão aos manifestantes.

As sanções têm como objetivo congelar ativos que essas pessoas possam ter sob jurisdição dos EUA e proibir qualquer indivíduo, ou empresa, americanos, incluindo os bancos internacionais com operações no país, de fazer negócios com eles, limitando seu acesso às redes financeiras globais.