Senadores americanos pressionam Biden por extradição de Bolsonaro

Por Arlaine Castro

O presidente da República, Jair Bolsonaro,participa de cerimônia de posse dos desembargadores Messod Azulay Neto e Paulo Sérgio Domingues, como ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Um grupo de senadores do Partido Democrata tem cobrado Joe Biden pela extradição de Jair Bolsonaro. Nove parlamentares apresentaram uma resolução pedindo que ele examine com urgência os pedidos de extradição contra o ex-presidente e destacam seu possível envolvimento com o ataque terrorista de 8 de janeiro.

"Tendo como pano de fundo os paralelos da insurreição com o cerco de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio dos EUA, a resolução expressa apoio firme às instituições democráticas do país, reafirma o compromisso dos EUA com sua parceria estratégica com o Brasil e insta o presidente Joe Biden a revisar e responder prontamente a quaisquer pedidos de ajuda relacionados com as investigações sobre os eventos violentos. Ele também expressa preocupação com a desinformação desenfreada e a desinformação no Brasil e seu papel na contribuição para os eventos de 8 de janeiro, e pede às redes sociais e às empresas de mensagens em grupo que trabalhem com as autoridades brasileiras para abordar a potencial exploração de suas plataformas para facilitar e ampliar tal eventos", diz o pedido, liderado pelo senador Bob Menendez, presidente da Comissão de Relações Exteriores da casa.

A resolução aponta que Bolsonaro fez repetidas acusações infundadas questionando a transparência e a integridade do sistema eleitoral brasileiro. Para os senadores, isso encorajou seus apoiadores a espalharem as mentiras.

“O ataque recente aos símbolos do governo democrático do Brasil configura um ataque à democracia global. É uma vergonha que Bolsonaro estivesse nos EUA tirando selfies durante esse episódio deplorável. Propus essa resolução para garantir que autoridades que sabotam eleições livres e justas não possam fugir para os EUA para escapar da responsabilização”, afirmou o senador Dick Durbin, um dos signatários.

O documento ainda foi assinado por Bernie Sanders e outros parlamentares influentes no Congresso americano: Tim Kaine, Chris Murphy, Jeanne Shaheen, Jeff Merkley, Ben Cardin e Chris Van Hollen.

Deputados

Quatro dias após os ataques, 46 deputados americanos do partido Democrata enviaram carta ao presidente Joe Biden na qual pedem que o governo do país tome medidas para que o território americano não seja usado como "refúgio" pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

Na carta, enviada na noite de quarta-feira, 11, os parlamentares pediram que o presidente colocasse o FBI para investigar se e como os ataques foram planejados em território americano. E que responsabilize legalmente possíveis mentores e financiadores dos atos em Brasília que estejam baseados na Flórida.

Bolsonaro está nos Estados Unidos desde o fim de dezembro e já pediu um visto de turista para permanecer por mais tempo no país. Ele é alvo de diferentes ações que pedem sua inelegibilidade por abuso de poder e investigado por incitar ataques golpistas.

O governo Lula pode demandar a extradição do ex-presidente caso haja alguma sentença ou pedido de prisão em algum dos inquéritos.

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