8 incidentes em 2 semanas: United Airlines assegura foco em segurança
Um incêndio no motor provocado por embalagens plásticas, um pneu perdido logo após a decolagem e um avião saindo da pista: estes estão entre os oito incidentes que ocorreram nas últimas duas semanas em voos operados pela United Airlines. Embora não tenham sido relatados feridos – ou pior –, os acidentes geraram manchetes e alimentaram uma ansiedade crescente sobre a segurança da aviação entre autoridades federais e passageiros.
Todos os incidentes aconteceram em voos que decolavam ou se dirigiam a aeroportos nos Estados Unidos, e cinco envolveram aviões fabricados pela Boeing, fabricante já sob intenso escrutínio. Em janeiro, um plugue de porta de um avião Boeing 737 Max 9 da Alaska Airlines estourou em pleno voo, forçando o avião a fazer um pouso de emergência.
A United, uma das maiores companhias aéreas do mundo, voa aeronaves fabricadas principalmente pela Boeing e Airbus. Num e-mail que a United começou a enviar aos clientes na segunda-feira, 18, o CEO Scott Kirby escreveu que, embora os incidentes recentes não estivessem relacionados, eram “lembretes da importância da segurança”.
“Quero que saibam que estes incidentes chamam a nossa atenção e aguçaram o nosso foco”, continuou ele, acrescentando que cada caso estava a ser analisado pela companhia aérea e influenciaria a sua formação e procedimentos de segurança.
Os acidentes não foram resultado de “problemas sistêmicos”, disse Robert Sumwalt, ex-presidente do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes e que agora dirige um novo centro de segurança da aviação na Universidade Aeronáutica Embry-Riddle.
“Algumas dessas questões acontecem ocasionalmente, mas muitas vezes não são divulgadas na mídia”, disse Sumwalt, embora tenha enfatizado que nenhuma delas era aceitável.
O que exatamente aconteceu nos aviões?
A maioria dos incidentes relatados nas últimas duas semanas exigiu pousos ou desvios de emergência.
— 4 de março: Um Boeing 737-900 partindo do Aeroporto Intercontinental George Bush, em Houston, retornou ao aeroporto para fazer um pouso de emergência depois que um dos motores do avião ingeriu e queimou filme plástico.
— 7 de março: Um Boeing 777 saindo de São Francisco com destino a Osaka, no Japão, fez um pouso de emergência no Aeroporto Internacional de Los Angeles depois que a aeronave perdeu um pneu.
— 8 de março: Um Boeing 737 Max 8 saiu da pista ao pousar no aeroporto George Bush, em Houston, e tombou na grama.
— 8 de março: Um voo saindo de São Francisco com destino à Cidade do México foi desviado para Los Angeles depois que o Airbus A320 teve problemas com seu sistema hidráulico.
– 9 de março: Um Airbus A320 com destino a Salt Lake City voltou para o Aeroporto Internacional O’Hare de Chicago depois de relatar problemas de manutenção.
— 11 de março: Um Boeing 777, voando de Sydney para São Francisco, voltou após a decolagem porque o avião apresentava um vazamento hidráulico.
– Quinta-feira: Um Airbus A320 que partiu do Aeroporto Internacional de Dallas Fort Worth teve um vazamento hidráulico pouco antes de pousar em seu destino programado, São Francisco.
– Quinta-feira: Um Boeing 737-800 que decolou de São Francisco pousou no Aeroporto Internacional Rogue Valley Medford, em Oregon, sem um painel externo.
A Administração Federal de Aviação regula o sistema de aviação do país e investiga incidentes de segurança nas companhias aéreas dos EUA, enquanto o NTSB investiga as causas de acidentes, colisões e quedas envolvendo aviões pilotados por transportadoras dos EUA, além de outros acidentes envolvendo operadores comerciais e de transporte de massa. Ambas as agências têm poder discricionário sobre o que investigam.
A partir de maio, os pilotos da United terão um dia extra de treinamento presencial, mudança que já estava planejada antes dos incidentes, escreveu Kirby. A companhia aérea também utilizará um “currículo de treinamento centralizado para nossos novos técnicos de manutenção contratados” e dedicará recursos adicionais à cadeia de suprimentos da transportadora.
Fonte: Yahoo.