'Milk shaming': beber leite de vaca virou motivo de bullying nos EUA

Por Arlaine Castro

leite

O movimento “milk shaming”, ou, "vergonha do leite" em tradução livre, ganhou maior proporção com vídeos nas redes sociais de jovens contrários ao consumo da bebida.

Criticar pessoas que consomem o produto, demonizando a produção leiteira, viralizou nos últimos anos. Desde o ano passado, o setor leiteiro vem intensificando suas campanhas em defesa do produto.

Originado no TikTok, o “milk shaming” se espalhou por outras redes sociais expondo consumidores de leite a uma forma de bullying digital. A ação é impulsionada majoritariamente pela comunidade jovem, que utiliza informações inverídicas para criticar tanto consumidores do produto, quanto profissionais do setor leiteiro.

Para os contrários ao consumo do leite animal, o impacto no meio ambiente, facilitar a crueldade contra os animais e promover um produto que pode ser no geral prejudicial à saúde das pessoas, são os motivos mais citados.

Mas a mentalidade foi gerada por um marketing agressivo contra o setor lácteo nos Estados Unidos, feito, inclusive, por empresas que comercializam leite vegetal. No país, existem grupos conhecidos como anti dairy, que são contra a indústria de lacticínios.

A pecuária representa 12% das emissões de gases de efeito estufa causadas pelas atividades humanas, aponta relatório da FAO, organização das Nações Unidas para alimentação e agricultura, publicado em dezembro do ano passado e que usa 2015 como ano referência.

Apenas considerando a pecuária, o gado bovino é a principal fonte de emissões, sendo 62% do total. Mas, ao filtrar por produtos, a produção de carne é a principal causa (67%) e não a de leite (incluindo de outros animais, como búfalo e cabra), que representa apenas 30% dessas emissões.

MilkPEP

A empresa MilkPEP, também conhecida como Programa Nacional de Promoção do Processador de Leite Fluido, um programa administrado pelo governo dentro do Departamento de Agricultura dos EUA que busca promover a venda e o consumo de leite lácteo, paga por campanhas para promover o consumo do leite.
Aubrey Plaza e Queen Latifah já fizeram parte. O governo dos EUA, trabalhando no interesse da indústria de laticínios, está gastando muito dinheiro para convencer as pessoas de que beber leite é totalmente bom – e talvez até legal, assim como suas celebridades favoritas.

Considere que as pessoas estão bebendo menos leite lácteo - cerca de 2 a 2,5% anualmente - enquanto o mercado de leite vegetal não lácteo, globalmente, deverá triplicar em valor até 2030.

Fonte: Forbes e G1.