Greve contra Starbucks pode se espalhar por todo o país durante festas de fim de ano
Trabalhadores de lojas Starbucks planejam entrar em greve por cinco dias a partir desta sexta-feira (15) para protestar contra a falta de progresso nas negociações contratuais com a empresa.
A greve, que ocorrerá um dia depois de uma paralisação de funcionários da Amazon nos últimos dias cruciais de compras da temporada, começará em Los Angeles, Chicago e Seattle e pode se espalhar para centenas de lojas em todo o país até a véspera de Natal.
A Starbucks Workers United, o sindicato que organiza trabalhadores em 535 lojas de propriedade da empresa nos EUA desde 2021, afirma que a Starbucks não cumpriu um compromisso feito em fevereiro de chegar a um acordo trabalhista este ano. O sindicato também exige que a empresa resolva questões legais pendentes, incluindo centenas de acusações de práticas trabalhistas injustas apresentadas pelos trabalhadores à National Labor Relations Board (Conselho Nacional de Relações Trabalhistas dos EUA).
O sindicato destacou que o novo presidente e CEO da Starbucks, Brian Niccol, que assumiu em setembro, poderá ganhar mais de US$ 100 milhões em seu primeiro ano no cargo. Contudo, a empresa propôs recentemente um pacote econômico sem novos aumentos salariais para os baristas sindicalizados neste momento e com apenas um aumento de 1,5% nos anos seguintes.
"Os baristas sindicalizados sabem seu valor, e não vão aceitar uma proposta que não os trate como verdadeiros parceiros", disse Lynne Fox, presidente da Workers United.
A Starbucks, com sede em Seattle, afirmou que o sindicato encerrou prematuramente uma sessão de negociação nesta semana. A empresa possui quase 10.000 lojas de sua propriedade nos EUA.
"Estamos prontos para continuar as negociações e chegar a um acordo. Precisamos que o sindicato retorne à mesa", disse a Starbucks em um comunicado.
A empresa afirmou que já oferece salários e benefícios – incluindo matrícula universitária gratuita e licença familiar remunerada – no valor de US$ 30 por hora para baristas que trabalhem pelo menos 20 horas por semana.
As greves não são novidade para a Starbucks durante a movimentada temporada de festas. Em novembro de 2023, milhares de trabalhadores de mais de 200 lojas paralisaram as atividades no Red Cup Day, evento em que a empresa costuma distribuir copos reutilizáveis. Centenas de trabalhadores também entraram em greve em junho de 2023 para protestar contra a proibição de exibição de materiais relacionados ao Pride em algumas lojas.
Fonte: ABC