Líderes indígenas alertam sobre detenções de nativos por imigração após ordens de Trump

De acordo com o Conselho da Nação Navajo, mais de 15 pessoas relataram que foram abordadas pelo ICE

Por Lara Barth

Crystalyne Curley, presidente do Conselho da Nação Navajo

Apesar de possuírem documentos que comprovam sua identidade, cidadãos nativos dos EUA estão sendo questionados e detidos por agentes de imigração. De acordo com o Conselho da Nação Navajo, mais de 15 pessoas relataram que foram abordadas pelo ICE (Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas) após o aumento das operações de imigração, impulsionado por uma ordem executiva do então presidente Donald Trump.

Crystalyne Curley, presidente do Conselho da Nação Navajo, informou que membros da tribo em Phoenix e outras cidades têm sido detidos e interrogados, mesmo apresentando documentos como o Certificado de Sangue Indígena (CIB), que deveria garantir seu direito à cidadania. Esses episódios geraram grande preocupação entre as comunidades indígenas, especialmente as que vivem em áreas urbanas e enfrentam dificuldades com a documentação.

A senadora estadual Theresa Hatathlie relatou que alguns cidadãos navajos foram detidos por horas, sem possibilidade de contatar familiares ou tribos. Já o presidente do Gabinete Navajo, Buu Nygren, afirmou que sua equipe tem trabalhado junto a autoridades locais e federais para resolver a situação e garantir o respeito aos direitos dos povos indígenas.

- Ser indígena, ser Navajo, você é mais americano do que americano - disse Buu Nygren. - Temos que ter esse respeito do governo federal.

Embora o escritório de Washington da Nação Navajo não tenha confirmado um aumento significativo nas detenções, relatos sobre o impacto negativo das operações de imigração estão crescendo. A organização sem fins lucrativos Operação Rainbow Bridge iniciou uma iniciativa para apoiar as vítimas indígenas, enquanto líderes tribais sugerem que os cidadãos carreguem documentos adicionais para evitar problemas com a imigração.

James Jackson, um ancião da tribo Diné, destacou que esses episódios estão gerando medo e limitando a liberdade de movimento dos membros da comunidade, que temem ser parados e interrogados por autoridades federais.

Fonte: O Globo