Número de crianças diagnosticadas com autismo nos EUA aumenta para 1 em cada 31, segundo CDC

Especialistas afirmam que esse aumento não representa necessariamente mais casos, mas sim uma combinação de fatores

Por Lara Barth

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O número de diagnósticos de autismo entre crianças continua crescendo nos Estados Unidos. Um novo relatório do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) mostra que, em 2022, 1 em cada 31 crianças de 8 anos foi diagnosticada com transtorno do espectro autista (TEA). Em 2020, esse número era de 1 em cada 36 – e em 2000, de 1 em 150.

Especialistas afirmam que esse aumento não representa necessariamente mais casos, mas sim uma combinação de fatores como maior conscientização, acesso mais amplo a serviços de triagem, diagnósticos mais precisos e uma definição mais abrangente do espectro autista. Desde 2013, por exemplo, condições como a Síndrome de Asperger passaram a ser incluídas dentro do espectro do autismo.

O estudo também revelou que meninos são diagnosticados com muito mais frequência que meninas: a taxa entre meninos foi de 49,2 por 1.000, contra 14,3 por 1.000 entre meninas. Outro ponto levantado é que a maioria das crianças diagnosticadas com TEA não apresenta deficiência intelectual – apenas cerca de 40% foram classificadas assim.

Diferenças entre grupos étnicos também foram observadas. A taxa de diagnóstico entre crianças brancas (27,7 por 1.000) foi inferior à de outros grupos, como asiáticos/pacific islandeses (38,2), indígenas americanos/nativos do Alasca (37,5), negros (36,6) e hispânicos (33,0).

Apesar de relevante, o relatório tem limitações, já que os dados foram coletados em 16 centros de pesquisa em 14 estados e Porto Rico, o que pode não refletir a realidade nacional. As taxas variaram bastante entre as regiões – de 1 em 103 em Laredo, no Texas, até 1 em 19 na Califórnia.

O grupo Autism Speaks destacou que o aumento nas estatísticas representa também avanços positivos: mais crianças estão sendo identificadas mais cedo e de forma mais precisa. Já o secretário de Saúde, Robert F. Kennedy Jr., afirmou que a alta nos números reforça o “surto de autismo” e prometeu investigar suas causas até setembro — declaração que, depois, foi corrigida para dizer que os estudos começarão em setembro.

Fonte: ABC