China acusa EUA de violar trégua tarifária e reacende tensão na guerra comercial

Pequim critica novas restrições dos EUA à tecnologia e a estudantes chineses; clima de incerteza ameaça negociações comerciais

Por Lara Barth

Donald Trump e Xi Jinping (2018)

A China acusou os Estados Unidos, nesta segunda-feira (2), de violar a trégua comercial firmada em 12 de maio ao implementar restrições à exportação de chips de inteligência artificial, bloquear softwares de design de semicondutores e sinalizar a revogação de vistos de estudantes chineses. Segundo o Ministério do Comércio chinês, essas ações “minam seriamente o consenso” obtido nas negociações em Genebra e prejudicam os interesses legítimos da China.

A acusação ocorre dias após o presidente Donald Trump afirmar que a China também está quebrando o acordo. O clima entre as duas maiores economias do mundo voltou a se deteriorar, aumentando os temores de novos entraves nas negociações comerciais. Analistas dizem que ainda não está claro quem lidera a política comercial americana — se Trump, seus negociadores ou a equipe de segurança nacional.

O acordo de maio previa uma pausa de 90 dias na escalada tarifária. Os EUA reduziram sua tarifa de 145% para 30%, enquanto a China baixou a sua de 125% para 10%. No entanto, Washington anunciou novas medidas unilaterais, como a suspensão de vistos para estudantes chineses, o que reacendeu as tensões.

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse estar confiante de que Trump e o presidente chinês Xi Jinping chegarão a um entendimento em breve. Ainda assim, especialistas alertam para os riscos econômicos globais de um novo colapso nas relações comerciais entre os dois países.

Fonte: CBS