Trump reduz tarifas da China após acordo sobre fentanil e terras raras
Apesar do alívio comercial, analistas alertam que as tensões entre EUA e China seguem latentes e podem reacender a qualquer momento
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (30) um acordo com o líder chinês, Xi Jinping, que prevê a redução das tarifas sobre produtos chineses em troca de ações de Pequim para conter o tráfico de fentanil, retomar a compra de soja americana e manter as exportações de terras raras. As tarifas sobre importações chinesas cairão de 57% para 47%, e as taxas sobre o comércio de substâncias ligadas ao fentanil serão cortadas pela metade.
O encontro entre Trump e Xi ocorreu em Busan, na Coreia do Sul, e foi o primeiro entre os dois desde 2019. O acordo inclui ainda a suspensão, por um ano, dos controles chineses sobre exportações de terras raras — elementos fundamentais na fabricação de carros, aviões e equipamentos militares. Os dois líderes também discutiram a ampliação do comércio agrícola e possíveis soluções para o impasse envolvendo o aplicativo TikTok.
A reação dos mercados globais foi discreta, com bolsas asiáticas encerrando o dia em baixa. Economistas interpretaram a resposta cautelosa como sinal de que os investidores veem o acordo mais como uma trégua temporária do que uma solução estrutural para a guerra comercial. Trump afirmou que a China começará a comprar energia dos EUA e indicou planos de visitar o país em abril.
Apesar do tom otimista do republicano, analistas alertam que o pacto apenas devolve as relações bilaterais ao ponto em que estavam antes da escalada de tensões em abril. Questões sensíveis, como o papel de Taiwan e o controle sobre chips de inteligência artificial, não foram abordadas nas conversas. Pouco antes do encontro, Trump chegou a ordenar a retomada dos testes nucleares americanos, gesto que gerou preocupação em Pequim.
A mídia estatal chinesa retratou o encontro como um triunfo diplomático de Xi, destacando a confiança de Pequim em lidar com “todos os tipos de riscos e desafios”. Ainda assim, observadores consideram o cessar-fogo econômico entre as duas potências frágil e sujeito a novas reviravoltas.
Fonte: ISTO É