Trump diz que bombardeios terrestres na América Latina devem começar "muito em breve"
Presidente dos EUA eleva o tom contra regimes e países acusados de tráfico de drogas; ofensiva pode incluir ataques diretos na Venezuela e outros locais da região.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (2) que os bombardeios terrestres contra alvos ligados ao narcotráfico na América Latina devem começar “muito em breve”. A declaração, feita durante uma reunião de gabinete, representa mais um passo na escalada militar promovida por Washington contra o regime de Nicolás Maduro, na Venezuela, e outros países da região acusados de facilitar o tráfico de drogas rumo ao território norte-americano.
Segundo Trump, os EUA já realizam ataques a embarcações no Caribe e no Pacífico, operação que teria reduzido o fluxo de drogas e provocado mais de 80 mortes desde setembro. A maioria das embarcações, segundo o governo americano, teria partido da Venezuela. O presidente indicou que uma ação por terra seria mais simples e efetiva, afirmando que seu governo conhece “as rotas, os locais e tudo” sobre as organizações crimininais.
Embora não tenha citado a Venezuela diretamente, Trump respondeu a perguntas sobre os bombardeios marítimos e reforçou que qualquer país envolvido no tráfico pode ser atacado. Reportagem do Wall Street Journal afirma que Washington já avalia alvos específicos no território venezuelano, incluindo portos e aeroportos controlados por militares.
Nicolás Maduro, por sua vez, acusa os Estados Unidos de usarem o combate ao narcotráfico como pretexto para tentar derrubá-lo. O presidente venezuelano tem feito apelos públicos e privados para evitar uma ofensiva, incluindo conversas por telefone com Trump, nas quais teve recusadas suas condições para deixar o poder.
Além da Venezuela, Trump elevou o tom contra a Colômbia, acusando o país de manter fábricas de produção de cocaína e de enviar drogas aos EUA. O presidente colombiano, Gustavo Petro, rebateu as acusações afirmando que destrói diariamente laboratórios de cocaína e que a Colômbia é responsável por impedir que milhares de toneladas da droga cheguem ao território americano.
A escalada ocorre em meio a forte mobilização militar dos EUA no Caribe desde setembro, sob a justificativa de combater o tráfico internacional. Embora a Venezuela concentre a maior parte das declarações de Trump, outros países latino-americanos, como a Colômbia, também se tornaram alvo da retórica do governo americano.
Fonte: G1