Ex-gerente de necrotério de Harvard é condenado por vender partes de corpos
Funcionário desviou restos mortais doados para pesquisa científica e os comercializou por pelo menos dois anos
Um ex-gerente do necrotério da Faculdade de Medicina de Harvard foi condenado nesta terça-feira (16) a oito anos de prisão por roubar e vender partes de corpos humanos doados para pesquisas científicas, informou o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
Cedric Lodge, de 58 anos, se declarou culpado em maio por tráfico de restos mortais furtados entre 2018 e pelo menos março de 2020. Entre os itens vendidos estavam órgãos internos, cérebros, pele, mãos, rostos e cabeças dissecadas. Ele foi demitido da universidade em maio de 2023, segundo a própria Harvard.
De acordo com os investigadores, Lodge e sua esposa, Denise, retiravam as partes do necrotério, localizado na região de Boston, e as levavam para a casa do casal em Goffstown, no estado de New Hampshire, além de outros locais em Massachusetts e na Pensilvânia. As remoções eram feitas sem o conhecimento ou consentimento da universidade, dos doadores ou de suas famílias. Em seguida, o material era enviado pelo correio a compradores em outros estados.
Denise Lodge, de 65 anos, foi condenada a um ano de prisão. Ela se declarou culpada em abril de 2024.
“Esta sentença representa mais um passo para garantir que os responsáveis por esse crime hediondo sejam responsabilizados”, afirmou Wayne A. Jacobs, chefe do escritório do FBI na Filadélfia. Já Christopher Nielsen, do Serviço de Inspeção Postal dos EUA, destacou que o envio de restos humanos roubados pelo correio é um ato perturbador, que agrava o sofrimento de famílias enlutadas e ainda expõe funcionários e clientes a riscos.
Segundo o Departamento de Justiça, muitas das partes humanas vendidas por Lodge foram revendidas posteriormente com lucro. Diversos compradores já foram condenados ou aguardam sentença.
Fonte: CBS