Brasileiras promovem palestras e encontros para ajudar mulheres diagnosticadas com câncer de mama

Na Flórida, estão programadas palestras em Orlando, Deerfield Beach e Coconut Creek neste mês de outubro

Por Arlaine Castro

Lilian Mageski, presidente da Associação das Mulheres Empreendedoras, junto com colaboradoras da cartilha para mulheres com câncer de mama.

Campanhas, cartilha, encontros, palestras. Em prol de ajudar mulheres que estão enfrentando o câncer de mama e precisam iniciar um tratamento contra a doença, brasileiras que moram na Flórida, Massachusetts e outros estados, se juntam para fazer a diferença mais uma vez.

O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres (276,480 novos casos nos EUA em 2020, segundo a American Cancer Society) e a segunda causa mais comum de morte pela doença em mulheres, perdendo apenas para câncer de pulmão, informa o Departamento de Saúde da Flórida. A doença também acomete homens, mas em menor proporção.

Números estimados pela American Cancer Society indicam cerca de *1,8 milhões de novos casos de câncer diagnosticados e 606.520 mortes pela doença nos Estados Unidos em 2020. Na Flórida, de 150,500 novos casos gerais de câncer diagnosticados, só os de mama são estimados em 19,900 novos casos este ano, segundo a instituição.

Desses novos casos, aproximadamente 89.500 e cerca de 9.270 mortes serão em adolescentes e adultos jovens (AYAs) com idades entre 15 e 39 anos nos Estados Unidos, estima o portal da ACS. Por isso, o cuidado precoce, como o autoexame em casa, também tem que existir, inclusive desde a adolescência.

Cartilha

Dúvidas comuns que afetam quem é diagnosticado com a doença ou quem descobre um caroço e precisa fazer os exames iniciais estão reunidas em uma cartilha elaborada por brasileiras da Associação das Mulheres Empreendedoras (AME).

Onde procurar ajuda, como fazer de forma gratuita, qual seguro de saúde cobre, como iniciar o tratamento após um diagnóstico de câncer? Lançada no ano passado pela presidente e fundadora da AME em Boston, Lilian Mageski, com apoio de colaboradoras, a cartilha conta com informações relevantes dadas por brasileiras que já enfrentaram a doença e realizaram o tratamento em cada região, além de informações sobre hospitais e clínicas, seguros de saúde, assistência financeira e apoio de órgãos e entidades governamentais.

Lilian Mageski - Palestra sobre câncer de mama em Peabody

Palestras e encontros

"Todo ano precisamos repassar as informações, reforçar, além da prevenção, onde elas podem procurar ajuda. E funciona também como um bom momento de 'networking'", salienta Mageski. Geralmente, estes eventos atraem de 50 a 300 pessoas, mas este ano, por causa da pandemia, o número máximo de pessoas nos locais será reduzido para 50.

Na Flórida, duas palestras estão programadas para acontecer no dia 24 de outubro: uma em Deerfield Beach e outra em Orlando. Também serão realizadas palestras em Massachusetts, New Hampshire, Carolina do Sul, Texas, Nova York, New Jersey e outros estados. Para mais informações sobre as palestras e a cartilha, acesse o portal www.empreendedorasbrusa.com.

"Com diagnóstico precoce, câncer de mama não é mais uma sentença de morte"

Médica clínica geral no sul da Flórida e que já foi acometida pelo câncer de mama depois de perder a mãe por causa da doença, Rosane Nunes** contou ao Gazeta News que faz questão de ajudar outras mulheres na prevenção. Tanto que, neste sábado, 10 de outubro, ela promoverá uma palestra em Coconut Creek onde explicará a importância do diagnóstico precoce e do tratamento.

"Estamos promovendo essa palestra para conscientização da importância do 'early breast cancer screening' e detecção. Também irei compartilhar minha própria experiência com meu diagnóstico de câncer, sempre ressaltando que o diagnóstico precoce é muito importante para o sucesso do tratamento", enfatiza.

Nunes conta que essa experiência a tornou uma médica mais sensível às mulheres que são diagnosticadas com câncer de mama. "Atualmente, câncer de mama não é mais uma sentença de morte. A medicina está super avançada e volto a enfatizar que o diagnóstico precoce determina o sucesso do tratamento. Perdi minha mãe com câncer de mama por ter sido um diagnóstico já avançado", conta.

A médica faz questão de compartilhar sua história como sobrevivente graças a um diagnóstico precoce.

"Fui diagnosticada em abril de 2019 e graças a Deus, por ter sido precoce, meu câncer for erradicado. Sou, sem dúvidas, uma profissional melhor e por ter superado meu próprio câncer. Quando tenho que dar a notícia da doença a pacientes no meu consultório, eu posso, sem sombra de medo ou dúvida, olhar dentro dos olhos dela e dizer sem medo de errar: "eu sei o que você está passando e estou aqui pra te ajudar a vencer mais essa etapa. Eu venci e você também irá vencer. Isso faz uma grande diferença na autoestima da paciente sabendo que ela não está só. Dou o máximo de mim para sempre estar disponível para esclarecimento de qualquer dúvida que elas venham a ter no decorrer do processo. Faço todos os procedimentos e encaminhamentos necessários logo na primeira consulta. Nos tornamos amigas e não somente pacientes", relata.

*Segundo a ACS, esses números não devem ser comparados com os anos anteriores para rastrear as tendências do câncer, porque são baseados em modelos e variam de ano para ano por razões diferentes das mudanças na ocorrência de câncer. As idades padronizadas de taxas de incidência e mortalidade devem ser usadas para medir as tendências do câncer, indica a instituição.

**Rosane Nunes é clínica geral e trabalha em Deerfield Beach e no Boca Raton Regional Hospital em parceria com o Baptist Health South.