Mulher gritou por ajuda ao dar à luz sozinha na prisão de Broward, denuncia advogado

Por Arlaine Castro

O parto ocorreu em 27 de setembro, quase três meses depois que o estado promulgou a lei que obriga ajuda para mulheres detentas.

Uma detenta de 28 anos de Broward gritou pedindo ajuda ao entrar em trabalho de parto na cela, mas foi forçada a dar à luz sozinha, ignorada pelos funcionários da prisão, de acordo com o Gabinete de Defensoria Pública de Broward.

O parto ocorreu em 27 de setembro, quase três meses depois que o estado promulgou a lei Tammy Jackson de Gravidez Saudável para Mulheres Encarceradas, que estabelece salvaguardas para evitar que mulheres grávidas fiquem em celas restritivas ou isoladas durante sua detenção.

Jackson deu à luz sozinha em uma cela de prisão em abril de 2019, provocando indignação do defensor público Howard FInkelstein e inspirando a nova lei, que foi aprovada nas duas casas do legislativo estadual por unanimidade em março.

Mas a aprovação da lei pareceu ter pouco efeito sobre esta mulher de Boca Raton (nome não revelado para proteção dela e da criança) que foi presa sob a acusação de roubo no início de setembro. De acordo com o Defensor Público Adjunto Gordon Weekes, a mulher estava grávida “e também sofrendo de doença mental aguda” quando foi levada para a prisão.

Segundo o advogado, a mulher começou a reclamar de dores e contrações em 27 de setembro, conforme descrito em uma carta ao xerife de Broward, Gregory Tony. “Ela foi deixada sozinha em sua cela enquanto claramente gritava de dor. Em vez de tomar as decisões adequadas relacionadas à saúde para tratar clinicamente um paciente com doença mental em crise e atender às necessidades de seu filho ainda não nascido, a equipe de detenção não administrou assistência médica e apenas ficou parada observando sua dor de fora da cela", cita a denúncia.

A criança está sob custódia do Departamento de Crianças e Famílias. A mulher foi libertada sem fiança em 29 de setembro, dois dias após o nascimento da criança.

“Ela deveria ter sido monitorada de perto pela equipe médica durante toda a gravidez ou encarceramento”, disse Weekes ao South Florida Sun Sentinel.

De acordo com um relatório de prisão, a mulher foi acusada de permanecer ilegalmente em uma casa em Lighthouse Point por uma semana enquanto o proprietário estava fora do estado. O proprietário chamou a polícia, que foi prender a mulher no dia 6 de setembro. Ela resistiu chutando os policiais e rolando no chão, segundo o relatório, que não faz menção à gravidez da mulher. Dias depois de sua prisão, depois que as autoridades souberam que ela estava grávida, a mulher entrou em uma briga com os policiais e recebeu spray de pimenta, disse Weekes.

Um pedido de resposta do Broward Sheriff’s Office, que administra as prisões do condado, não havia sido dado até o meio da manhã desta quinta-feira, 15.