Coronavírus não intimida busca por imóveis, principalmente apartamentos, em Miami e Broward

O mercado imobiliário segue firme e forte mesmo com todos os desafios econômicos enfrentados no país. Tudo começou ainda em julho/agosto com a venda de casas, agora chegou a vez dos apartamentos. Quando o assunto são os novos residentes de dentro dos Estados Unidos, a sua maioria vem da Califórnia, Massachusetts e Nova Iorque, fugindo dos altos impostos cobrados nesses estados e do pouco retorno que os Democratas oferecem pela carga tributária exigida. Quando o assunto são clientes estrangeiros, canadenses e mexicanos são os mais presentes na Flórida.

Os novos residentes, em sua maioria, buscam por residências para própria moradia. De acordo com os números do Multi Listing Service (MLS), em Broward a venda de apartamentos aumentou quase 86% comparado com o mesmo período do ano passado. Em Miami-Dade o crescimento foi de 12%. O corretor imobiliário João Freitas se mostrou surpreso com esses resultados. "Devo admitir que me causa estranheza, esses números não refletem a minha realidade. Alguns colegas chegaram a comentar que voltaram a ser procurados para apartamentos e que sentiram essa diferença, mas isso realmente não aconteceu comigo", comenta.

Outra realidade vive o corretor Phillip Parker. "Quando o assunto são clientes de baixa renda eu posso confirmar esses números com tranquilidade. Eles inclusive seguem um padrão: pouco dinheiro de entrada e residências usadas para moradia. Em um momento posterior eles passam a ser investidores", afirma Parker. O corretor acredita que o mercado vai melhorar ainda mais. "A lógica é que, à medida que as pessoas voltarem a viajar, esses números devem aumentar", prevê Parker.

Nesse ponto, o corretor brasileiro concorda com Parker. "Quando o assunto é imóvel o cliente normalmente gosta de ver o que esta comprando, para o brasileiro isso é muito mais importante. Com as fronteiras fechadas há meses, os clientes brasileiros estão mais raros", afirma Freitas. O brasileiro concorda que a demanda vinda de clientes domésticos está mais alta. "Quem mora nos Estados Unidos e tem mobilidade geográfica está vindo para a Flórida por causa da carga tributária. Os brasileiros que estou atendendo ultimamente moravam na Califórnia e Nova Iorque".

A média de preços também aumentou. Os dados do MLS mostram que os apartamentos no estilo condo estão sendo comercializados, em média, a $425 mil. Parker diz que os preços começaram a trajetória de alta em setembro e ainda não parou. "Como os meses de setembro e outubro são tradicionalmente menos movimentados, é gostoso ver o que aconteceu nesses dois meses de 2020", avalia Parker. O corretor disse que, especialmente em março, ficou com bastante medo pelo 'lockdown'. "Graças a Deus a crise imobiliária que todos temiam não se confirmou, o caminho foi o oposto e os preços subiram", comemora.

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