Venda de casas no sul da Flórida aumentou 6.1%, aponta relatório da RE/MAX

Em setembro foram registradas 4.017 transações - uma alta de 0.8% quando comparada às 3,986 do ano passado

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A quantidade de imóveis em estoque baixou em 5.5% em comparação com o ano passado.

A venda de casas no sul da Flórida aumentou em 6.1% se comparado com o mesmo período de 2019. Isso volta a reforçar que o setor imobiliário continua forte em plena crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus.

De acordo com o relatório da empresa RE/MAX, somente em setembro foram registradas 4.017 transações - uma alta de 0.8% quando comparada às 3,986 do ano passado. Outro dado positivo para o setor é que uma casa fica - em média - 89 dias no mercado, o menor período de tempo dos Estados Unidos. Em 2019 eram 92 dias. Importante mencionar que a quantidade de dias no mercado aumentou de forma consistente 3.3% ao ano desde 1992.

Talvez isso aconteça porque o estoque de imóveis na região continue reduzindo. A quantidade de imóveis em estoque baixou em 5.5% em comparação com o ano passado. Para citar um exemplo, em setembro caiu de 30.111 para 28.469 em outubro. A cidade de Miami, como um todo, tinha 5.7 meses de estoque imobiliário em casas, isso quer dizer que em 5.7 meses venderiam todas as casas disponíveis atualmente, caso não houvesse novas casas à venda. O estoque caiu de 12.3% para 6.5%.

O corretor imobiliário João Freitas ressalta o volume da queda. "A quantidade de imóveis disponíveis caiu quase pela metade. Em um setor inelástico como o imobiliário, esse número é preocupante", avalia. Vale lembrar que um setor é considerado inelástico quando tem pouca flexibilidade de atender uma alteração de demanda ou de oferta em curto prazo, como a construção de casas demanda meses, o setor imobiliário é considerado inelástico.

O corretor avalia que a consequência natural disso é o que ocorre no mercado hoje. "Os preços dos imóveis na Flórida aumentaram e o perfil do cliente mudou. O coronavírus reduziu bastante a demanda vinda de estrangeiros, hoje a demanda está bastante focada em quem mora nos estados com carga tributária alta", ressalta.

Ao mesmo tempo, as transações imobiliárias ficaram mais focadas em imóveis com preço mais baixo. Em setembro de 2019, o preço médio das casas vendidas era de $340 mil dólares, em 2020 o preço médio passou para $330 mil. "Detalhe que em 2019 os preços estavam 10% mais altos em relação a 2018, então o mercado está valorizando. Com os aprendizados em relação à crise de 2008, o mercado continua saudável, há poucos motivos para preocupação", avalia o corretor.

Em nota para a imprensa, o CEO da RE/MAX, Adam Contos, disse que o juro baixo é o principal motor desse aumento. "Estamos falando em uma demanda alta com taxas de juros para empréstimo imobiliário baixa", analisa. "Trump juntou a fome com a vontade de comer", completou. O corretor complementou que a pandemia incentivou as pessoas a morarem mais perto do trabalho ou até mesmo trabalhar em casa, isso ajudou a ter uma demanda mais orgânica. Ao menos para o setor imobiliário, esses são os frutos.