Brasileira ajuda a salvar menino de abusos em Orlando

Por Arlaine Castro

Flaviane Carvalho percebeu que o garoto sofria abusos ao atender a mesa onde a família estava.

Uma gerente brasileira de Orlando está sendo considerada uma heroína depois de ajudar um menino a escapar de uma casa onde sofria abusos e maus-tratos.

Em coletiva de imprensa feita pela polícia nesta quinta-feira, 14, Flaviane Carvalho, que trabalha como gerente do restaurante brasileiro Mrs. Potato, disse que "foi das mãos de Deus" ela estar no momento certo e na hora certa para ajudar o garoto.

Ela contou que estava trabalhando em seu dia de folga no dia de Ano Novo, quando ela percebeu em uma de suas mesas, todos comiam, exceto um menino de 11 anos .

Ela disse que, quando perguntou se havia algo de errado com a comida, o padrasto, Timothy Wilson II, disse que o menino iria jantar em casa mais tarde.

Foi quando ela notou hematomas no rosto e nos braços do menino. "Pude ver que ele tinha um grande arranhão entre as sobrancelhas", disse Carvalho. "Alguns minutos depois, vi um hematoma no lado do olho. Então, senti que havia algo realmente errado."

Ela percebeu que algo não estava certo porque as outras crianças conversavam, riam e comiam, mas o garoto estava quieto e não tinha nada para comer.

Carvalho escreveu para o menino um bilhete que dizia: "Você precisa de ajuda? Ok" e ficou atrás dos pais onde eles não podiam vê-la. Após várias tentativas, ele sinalizou que sim. A polícia foi imediatamente chamada e os pais detidos.

Tortura

De acordo com a investigação posterior da polícia e depoimento da criança, ela sofria diversos tipos de abusos em casa no que as autoridades consideram como tortura.

"Ele disse que tiras foram amarradas em torno de seus tornozelos e pescoço, e ele foi pendurado de cabeça para baixo em uma porta. Ele disse que apanhou com uma vassoura de madeira e foi algemado e amarrado a uma grande carreta móvel. Ele também disse que não comia regularmente como punição. "

O menino foi levado para passar por exames médicos, onde outros ferimentos e detalhes foram descobertos. Ele estava abaixo do peso para sua idade. 

"O que esta criança passou foi uma tortura", disse a polícia durante a entrevista coletiva. "Ver o que aquele garoto de 11 anos teve que passar, choca a alma."

O padrasto foi preso uma segunda vez em 6 de janeiro por várias acusações de abuso infantil agravado e negligência infantil.

Os detetives também entrevistaram a mãe da criança, Kristen Swann, que admitiu saber sobre o abuso e não procurou atendimento médico para seu filho. Ela foi presa e acusada de duas acusações de negligência infantil.

"Ao dizer algo que viu, a Sra. Carvalho demonstrou coragem e carinho por uma criança que ela nunca havia conhecido antes, e temos orgulho de alguém como a Sra. Carvalho viver e trabalhar em nossa comunidade", disse a polícia.

Polícia de Orlando. - Kristen Swann