"Única esperança concreta": brasileiros comemoram imunização na Flórida

Até a terça-feira, 23, o estado já havia imunizado 5,057,939 pessoas, segundo dados do Departamento de Saúde.

Por Arlaine Castro

Ana Rodriguez e Gisele Buono já receberam a primeira dose no sul da Flórida.

A pandemia do novo coronavírus já assola o mundo há pouco mais de um ano. Agora, com as vacinas em andamento, a esperança em um fim mais próximo da covid-19 aumenta. O estado imunizou mais de cinco milhões de pessoas até o dia 23 de março, segundo o Departamento de Saúde, e a cada dia, mais brasileiros comemoram a imunização.

Até esta quinta-feira, 25, o estado já havia imunizado 5,346,471 pessoas, informa o Departamento de Saúde, sendo 2,427,208 com a primeira dose e 2,919,263 que já tomaram as duas doses. A faixa etária de 65 a 74 anos foi a mais vacinada, com 1,774,433 idosos já imunizados, segundo o ranking.

O governador Ron DeSantis pretende abrir a vacinação a todas as idades até maio ou antes. Nesta quinta-feira anunciou que a partir de abril pretende começar a vacinar de 18 anos para cima. 

O número de brasileiros que moram na Flórida e que foram vacinados também aumenta a cada dia. Como a realtor Lana Favero, que tomou a primeira dose da vacina Pfizer em North Miami Beach no dia 15 de março, tão logo foi liberada para pessoas com 60 anos ou mais.

Para ela, o processo está bem organizado. "Uma organização ímpar, muitas pessoas envolvidas para que tudo corresse com a maior tranquilidade. Eu estava um pouco apreensiva pois já havia tentado em dois outros lugares com esperas de no mínimo cinco horas e não havia conseguido. Acredito que a pandemia está sendo bem controlada, apesar de ouvir muitas pessoas ainda dizendo que não tomarão vacina alguma.

Acredito que esse seja o único meio para a volta de uma vida que demorará muito para ser normal, mas ao menos agora estarei mais tranquila. Continuarei me cuidando e não baixarei a guarda mesmo vacinada", destaca.

"Que mais pessoas possam ser vacinadas"

Dentro do grupo de risco, portadora de diabetes Tipo 1 e sobrevivente de câncer de mama há 7 anos, a empresária Ana Rodriguez, 46 anos, comemora a primeira parte da imunização e aguarda ansiosa a segunda dose, marcada para daqui a um mês.

Ela recebeu a vacina da Moderna numa das lojas Publix em Parkland no dia 18 deste mês e conta que não teve dificuldades no site para agendar e também para receber a dose.

"O processo foi excelente! Encontrei facilmente uma vaga disponível no site do Publix. Quando cheguei na farmácia, um saquinho com prescrições já estava separado com meu nome, informações sobre a vacina e sobre as possíveis reações, meu comprovante e a minha vacina. Antes de receber a dose, tive que responder um questionário e verificaram minha identidade, se sou residente da Flórida, e porque tomei por pertencer ao grupo de extremo risco, precisei apresentar um formulário exigido pelo Depto. de Saúde da Flórida e atestado por meu médico. Após tomar, foi necessário (creio ser normas do CDC) esperar 15 minutos em observação em caso houvesse alguma reação alérgica, o que não ocorreu", relata.

A empresária teve reação no dia seguinte, mas nada preocupante, diz. "Tive uma reação mínima no dia seguinte: dorzinha de cabeça parecida com dor de gripe e canseira. Um tylenol foi suficiente e tudo se resolveu", conta.

Além disso, destaca o cuidado do CDC, que faz um acompanhamento pós-vacina com quem se cadastra. "O CDC pede à pessoa que tomou a vacina que se registre num cadastro para observação de reações pós-vacinas, mas NÃO fui obrigada a fazer isso, é completamente voluntário. Como resolvi me cadastrar, ainda recebo mensagens diárias do CDC perguntando como passei o dia, se tenho febre, dores. Acho importante quem toma a vacina fazer isso, pois sabemos que ainda tudo é muito novo e com isso estamos colaborando para que essas vacinas possam finalmente ser aprovadas", pondera.

Rodriguez salienta ainda que a vacina é a única esperança. "Torço para que o número de vacinas aumente ainda mais e que muito mais pessoas possam se vacinar. Essa é a única esperança concreta que possuímos para conter esse vírus tão traiçoeiro e letal que acometeu o mundo. Precisamos acreditar na ciência, uma ferramenta fundamental que Deus nos deu para passarmos por obstáculos difíceis como esse. Não podemos mais nos apegar em tentativas, experimentos e remédios infundados. A vacina é a única esperança que existe por agora!", declara a moradora de Coral Springs.

"Foi uma sensação superbacana"

Para Maria do Carmo Fulfaro, que vai tomar a segunda dose da Moderna no dia 29, a vacina é um alívio. "A gente vem acompanhando há quase um ano todo esse processo de desenvolvimento das vacinas enquanto somos impactados pela covid. Trabalho com teatros, que foram os primeiros lugares a fecharem e vão ser os últimos a reabrirem. A expectativa ainda é de abrir com 100% da capacidade somente em setembro ou outubro, mas de qualquer forma, é um alívio muito grande. É preciso continuar se protegendo, usando máscaras, porque só depois da segunda dose que ficamos mais protegidos da doença. E mesmo assim existem também as variantes, que torna tudo um pouco mais complicado".

E comemora a imunização. "Foi uma sensação superbacana. Tive uma ligeira dor no braço, mas que, sinceramente, não me incomodou em nada porque eu estava muito feliz".

"A resposta das orações de um planeta"

Também dentro do grupo de risco, Gisele Buono vai tomar a segunda dose da Pfizer no dia 8 de abril. Ela acredita que a vacina é "a resposta das orações de um planeta. Independente da crença, a fé do mundo está sendo exercitada, cada um se apegando no que acredita e evoluindo como seres humanos".

Buono recebeu a primeira dose no Broward North Health e também não teve dificuldades para marcar. "Preenchi a aplicação online no site e estava no grupo de elegível porque tive câncer de mama há 5 anos. Foi tudo muito rápido e organizado".

Sentiu alguns efeitos colaterais, mas leves. "Tive dor no braço na região da aplicação durante uns dois dias, cansaço só no dia que recebi a vacina e uma leve dor de cabeça que não precisou de remédio. Eles não citaram como efeito colateral, mas senti muito desconforto, parecendo uma dor de gripe, da cintura pra baixo. Doía minha lombar e os ossos das pernas. Tomei tylenol como recomendaram caso houvesse febre ou dor de cabeça e no dia seguinte tava tudo novo de novo", finaliza.