Em meio a críticas, polícia do Sul da Flórida faz mudanças sobre uso de reconhecimento facial

Por Livia Mendes

Tecnologia enfrenta críticas sobre quantidade de erros em prisões e identificação de criminosos.

A cidade de Pembroke Pines está trabalhando para que a tecnologia de reconhecimento facial não seja usada de forma errada. Em um workshop na semana passada, o comissário Angelo Castillo pressionou por diretrizes escritas que regem como e quando a polícia pode acessar a ferramenta.

“Isso será controlado e gerenciado, sabendo que se trata de uma ferramenta de uso incrivelmente poderoso, mas também é uma ferramenta altamente suspeita”, disse Castollo. O reconhecimento facial usado em investigações policiais está enfrentando julgamentos já que alguns críticos acreditam que a ferramenta tenha dificuldade para identificar pessoas negras, podendo causar prisões equivocadas.

Fotos com carteira de motorista estadual e fotos de reserva são alguns dos documentos usados pelos investigadores em Pembroke Pines e em outras cidades da Flórida enquanto tentam identificar criminosos usando o reconhecimento facial.

“Com a tecnologia hoje em dia, as pessoas sabem como usá-la a seu favor, então eu definitivamente acho que eles deveriam usá-la com algumas regras”, disse Krystal Denis, que trabalha em Pembroke Pines.

A polícia de Pembroke Pines tem um acordo com o estado para acessar o banco de dados, que é administrado pelo Gabinete do Xerife do Condado de Pinellas. O sistema denominado FACES usa uma imagem para mapear características faciais e ajudar a fazer uma identificação e, potencialmente, iniciar uma investigação.

“Não vamos usar isso em carros de patrulha e não vamos prender pessoas apenas pela aparência”, disse Castollo, mas os críticos acreditam que erros de identificação podem e têm acontecido.

A American Civil Liberties Union (ACLU) da Flórida está pressionando a cidade a suspender o uso do reconhecimento facial. Em um comunicado, a organização afirmou que as tecnologias, “representam uma ameaça aos nossos direitos constitucionais, mas também às pessoas de cor e outros grupos marginalizados que são mais propensos a serem identificados erroneamente - e arcar com as consequências”.

Alguns moradores da cidade disseram ao Local 10 que a tecnologia pode ser benéfica, contanto que não seja a única ferramenta utilizada para a realização de prisões.

Fonte: Local 10