O processo para trazer a Fórmula 1 para o sul da Flórida teve um grande impulso na última quinta-feira (08), quando o prefeito de Miami Gardens, Rodney Harris, ofereceu uma resolução conjunta com o Hard Rock Stadium, projetada para atender às preocupações dos ativistas locais.
De acordo com o memorando de entendimento proposto os organizadores da corrida prometeram um pacote econômico que inclui um compromisso de $ 5 milhões e benefícios para os residentes, negócios e restaurantes. Como parte do pacote, os organizadores também criariam um programa na cidade que forneceria estágios para os residentes.
Além disso, o Hard Rock Stadium e os promotores da corrida também ergueram barreiras de mitigação de ruído no lado norte de qualquer seção da pista adjacente ao Canal Snake Creek para proteger os residentes, além de realizar o monitoramento da qualidade do ar e do ruído durante a corrida. Outra concessão importante aos críticos: a corrida não seria realizada na Northwest 199th Street.
A proposta poderia tornar Miami Gardens a primeira cidade de maioria afro-americana a sediar uma corrida de F1 nos 72 anos de história do circuito. A resolução, na qual o conselho municipal votará na reunião da próxima quarta-feira (14), vem cinco meses depois de mais de uma dúzia de residentes de Miami Gardens acusarem o condado de Miami-Dade e o então prefeito Carlos Gimenez de discriminação racial em um processo federal que visa bloquear a corrida.
A resolução proposta é a mais recente de uma longa linha de tentativas de levar a F1 para Miami-Dade lideradas por Stephen Ross, que é dono do Miami Dolphins e quer construir uma pista de corrida em torno de seu estádio de futebol. Sua ideia original era realizar as corridas no centro de Miami, mas os residentes tiveram um papel importante em bloquear esses planos. O foco então mudou para Miami Gardens, onde os organizadores encontraram resistência novamente.
Os residentes de Miami Gardens, liderados pela ex-comissária de Miami-Dade Betty Ferguson, processaram os Dolphins e a Fórmula 1 em um tribunal civil estadual há mais de um ano. Em outubro de 2020, os residentes desistiram do processo anterior e entraram com uma ação de direitos civis alegando que Gimenez, então prefeito do condado, a organização Miami Dolphins e a Fórmula 1, todos nomeados como réus, estavam envolvidos em uma conspiração para trazer a corrida para a cidade apesar de seus protestos.
A notícia de quinta-feira surpreendeu Ferguson, considerando que Harris, então vereador, votou contra a corrida em 2019. “Vai contra tudo o que a comunidade defendeu”, disse a ex-comissária, acrescentando que a proposta parecia ter sido escrita pela organização Dolphins. “Não sei quem [o conselho] pensa que está representando se apoiar esta resolução, mas não serão os proprietários”, disse Ferguson.
Fonte: Miami Herald
