Dois policiais de Hialeah, no condado de Miami-Dade, se entregaram às autoridades nesta quarta-feira (21) para enfrentar acusações de terem emitido dezenas de multas de trânsito falsas para motoristas que nunca foram abordados por eles.
Os promotores acusaram Ernesto Arias-Martinez, 23, e Armando Perez, 40, de múltiplas acusações de improbidade oficial e falsificação de registros públicos. Eles foram presos na manhã desta quarta-feira e devem pagar fiança no final do dia. Perez estava na polícia de Hialeah há cinco anos, Arias-Martinez há menos de quatro.
O esquema foi descoberto graças a queixas de dois motoristas do estado. Em março de 2020, o motorista Reicel Sosa Polo acumulava um total de 10 multas e alegava nunca ter sido parado por oficiais de trânsito.
O homem então entrou em contato com a polícia de Hialeah e conversou com Perez que disse não se lembrar das multas, mas instruiu que se Sosa fosse ao tribunal, elas seriam indeferidas, de acordo com um mandado de prisão. Sosa acabou registrando uma reclamação na corregedoria da Polícia de Hialeah.
Outra mulher reclamou que recebeu uma carta pelo correio do estado da Flórida dizendo que sua licença estava prestes a ser vencida por seis multas de trânsito não pagas emitidas na mesma data em janeiro de 2020, mas os registros mostram que ela nunca foi parada por um oficial.
As duas queixas levaram a uma auditoria mais ampla dos dois policiais, e isso levou a uma série de outras vítimas que não tinham ideia de que haviam recebido várias multas de trânsito. Ao todo, os investigadores descobriram que Arias-Martinez e Perez emitiram dezenas de multas falsas para pelo menos nove vítimas no início de 2020.
A promotora estadual de Miami-Dade, Katherine Fernandez Rundle, disse que os tíquetes “não eram erros ou erros, mas crimes”. “Quando policiais criam multas de trânsito falsas, como alegamos ter acontecido aqui, eles prejudicam a reputação de seu próprio departamento e a reputação de cada policial que trabalha para servir nossa comunidade de Miami-Dade”, disse Rundle em um comunicado.
A Hialeah Fraternal Order of Police, em nota na quarta-feira, se distanciou dos policiais. “Como policiais, temos a responsabilidade de proteger e servir nossos residentes, e essas supostas ações violaram a confiança das pessoas e com razão”, disse o presidente da FOP, Marlon Espinoza, em um comunicado.
“Pedimos que nossa comunidade não julgue todos os nossos funcionários dedicados pelas supostas ações de dois. O Departamento de Polícia de Hialeah é formado por homens e mulheres corajosos, que dia após dia, cumprem seu juramento de proteger e servir nossos residentes e a grande cidade de Hialeah”, completou Espinoza.
Fonte: Miami Herald
