Câmara da Flórida veta atletas transgênero de equipes femininas

Por Livia Mendes

Na Flórida, associações de atletas de ensino médio fornecem orientação que permite que alunos transgêneros ingressem em equipes esportivas que se alinhem com sua identidade de gênero.

Os legisladores da Flórida aprovaram na última quarta-feira (14) por 77 votos a 40 o projeto de lei que não autoriza crianças transgênero a jogarem em equipes esportivas alinhadas com seu gênero. O projeto foi um impulso republicano para proibir atletas transgêneros de ingressar em equipes esportivas femininas e tem causado polêmica e discussão desde sua apresentação.

Representantes estaduais discutiram a proposta por quase quatro horas na terça-feira e os legisladores democratas ofereceram 18 emendas que disseram que abordariam as preocupações sobre os atletas transgêneros competindo de uma forma mais sutil do que a proibição geral do projeto.

Os patrocinadores do projeto argumentam que o que eles chamaram de "Justiça no Esporte Feminino" ser necessário para proteger as meninas que poderiam ter suas oportunidades atléticas negadas se tivessem que competir com meninas transexuais designadas do sexo masculino no nascimento. Já os críticos dizem que a proposta faz parte de um movimento preconceituoso que visa jovens transgêneros vulneráveis e propõe "soluções" onde não há problemas.

A Flórida é um dos 16 estados onde associações de atletas de ensino médio fornecem orientação que permite que alunos transgêneros ingressem em equipes esportivas que se alinhem com sua identidade de gênero, de acordo com o site Transathlete, que acompanha essas políticas.

As emendas propuseram adotar a linguagem da National Collegiate Athletic Association sobre o uso de terapia de reposição hormonal e bloqueadores de testosterona para atletas transgêneros, políticas que fornecem maneiras para atletas transgêneros jogarem em times do ensino médio e universitários.

Outras alterações apontaram que o projeto forçaria meninas transgênero e cisgênero (seu gênero está alinhado com aquele que lhes foi atribuído no nascimento) a se submeter a exames invasivos de seus órgãos genitais para "provar" que têm permissão para jogar no time. Críticos afirmam que esses procedimentos podem traumatizar ainda mais crianças transgênero que vivenciam disforia de gênero e sobreviventes de agressão sexual. Em contrapartida, uma emenda proposta sugeriu fornecer uma certidão de nascimento em vez de exames invasivos.

O projeto da Câmara da Flórida é semelhante à legislação aprovada em Idaho, que foi rapidamente contestada no tribunal federal e agora está em espera depois que um juiz decidiu que o estado não pode proibir estudantes transgêneros de equipes esportivas. Proibições semelhantes foram transformadas em lei por governadores republicanos em Arkansas, Mississippi e Tennessee, e os legisladores os estão debatendo em dezenas de outros estados.

Uma versão do Senado que ainda está em comitê permitiria que atletas transgêneros se juntassem a equipes femininas se seus níveis de testosterona estivessem abaixo de um certo limite por um ano antes de começarem a competição.

Fonte: Sun Sentinel