Câmara e Senado da Flórida aprovam porte de armas em igrejas e escolas

Uma proposta de lei que permite às pessoas com licenças de armas ocultas carregá-las mesmo quando forem à igrejas ou outras instituições religiosas que compartilham o espaço com escolas foi aprovada pela Câmara e pelo Senado da Flórida e está indo para aprovação do governador Ron DeSantis.

O Senado controlado pelos republicanos votou nesta terça-feira por 24 a 16 a favor da medida (HB 259), que foi aprovada na Câmara no mês passado. O gabinete de DeSantis não respondeu imediatamente o questionamento do Sun Sentinel sobre se o governador vai assinar o projeto de lei.

Até então, a lei da Flórida geralmente permite que as pessoas portem armas escondidas em igrejas, sinagogas, mesquitas e outras instituições religiosas, mas proíbe o porte de armas nas propriedades das escolas. Isso faz com que as pessoas sejam impedidas de portar armas em propriedades compartilhadas por instituições religiosas e escolas.

Mas o projeto, se transformado em lei pelo governador, permitiria armas em propriedades da igreja, independentemente de serem usadas como escola.

Segundo o projeto, instituições religiosas ou proprietários de imóveis continuariam a poder barrar armas nos locais. 

Durante a votação, o patrocinador do Senado, Joe Gruters, R-Sarasota, disse que o projeto fecha uma "brecha".

“Trata-se de uma questão de segurança. Vimos o que aconteceu no Texas quando uma igreja, infelizmente, foi o alvo. Levaram seis segundos para proteger esse local. Isso dá às escolas a segurança necessária de que precisam. Isso dá às igrejas a segurança adicional de que precisam. Isso dá aos proprietários a responsabilidade final de tomar a decisão que é melhor para eles", disse Gruters.

Já a oposição democrata não vê fim da violência com mais pessoas armadas em igrejas e escolas e analisa o contrário. “Quando você tem mais armas, você tem mais perigo, ponto final. Estas são instituições religiosas. Eles deveriam ser lugares pacíficos de adoração. Por que alguém levaria uma arma para uma igreja está além da minha compreensão", afirmou o líder da minoria no Senado Gary Farmer, D-Lighthouse Point.

A senadora Tina Polsky, D-Boca Raton, argumentou que um estudo do FBI de 160 incidentes com atiradores ativos de 2000 a 2013 encontrou apenas um em que uma pessoa com uma licença de arma escondida parou um atirador.

Em 2018, a Flórida foi palco de um dos mais ataques a tiros em massa dos EUA, quando o ex-aluno Nikolas Cruz abriu fogo na Stoneman Douglas High School em Parkland, matando 17 pessoas, entre alunos e funcionários. Ele ainda aguarda julgamento.