Flórida a um passo de aprovar regras mais rígidas para voto eleitoral

Por Arlaine Castro

Entre outras mudanças, o projeto acabaria com as urnas eleitorais 24 horas por dia, 7 dias por semana.

O Senado do estado da Flórida aprovou na segunda-feira, 26, regras mais rígidas de votação eleitoral pelo correio. Uma versão mais forte do projeto de lei ainda está sendo analisada na Câmara dos Representantes do estado.

As duas câmaras devem aprovar uma medida idêntica para que chegue à mesa do governador republicano Ron DeSantis para assinatura. A sessão legislativa da Flórida está programada para terminar na sexta-feira, 30.

No Senado, o SB 90 foi aprovado em uma votação quase partidária de 23 a 17, com um republicano se juntando a todos os democratas na oposição.

Entre outras mudanças, o projeto acabaria com as urnas eleitorais 24 horas por dia, 7 dias por semana; eles teriam que ser monitorados pessoalmente por um oficial eleitoral e só aceitariam as cédulas durante as primeiras horas de votação.

Aqueles que quisessem votar pelo correio teriam que solicitar uma cédula pelo correio a cada ciclo eleitoral, e não a cada dois, conforme a legislação em vigor. E ninguém, a não ser um trabalhador eleitoral, poderia distribuir itens, incluindo alimentos e bebidas, a menos de 50 metros das urnas ou caixas de correio.

Regras mais rígidas sobre votação são uma grande prioridade legislativa de DeSantis, um aliado próximo do ex-presidente Donald Trump. DeSantis, como grande parte do Partido Republicano, se recusou a condenar as falsas alegações de Trump sobre fraude eleitoral na eleição presidencial de 2020. As legislaturas estaduais lideradas pelos republicanos em todo o país estão considerando uma ampla gama de restrições ao acesso ao voto, em particular para o voto pelo correio, que aumentou durante a pandemia.

A legislação também exige que os eleitores forneçam o número da carteira de motorista da Flórida, número de identificação do estado ou os últimos quatro dígitos de um número do Seguro Social ao solicitar uma cédula pelo correio ou mudar de filiação partidária.

Os democratas disseram que isso sobrecarregaria indevidamente os eleitores afro-americanos e hispânicos de baixa renda, que são menos propensos a ter essa documentação do que os eleitores brancos.

Já os republicanos, que haviam elogiado o sucesso das eleições do ano passado na Flórida, defenderam as mudanças como modestas e de bom senso. Com informações da NPR.