Casos de variantes covid-19 dobram em duas semanas

Por Livia Mendes

Miami-Dade lidera o estado em casos provocados por variantes.

Mais de 10 mil casos de “variantes preocupantes” de COVID-19 foram relatados na Flórida, divulgaram as autoridades estaduais de saúde na última segunda-feira (03). Isso é mais do que o dobro do total registrado apenas duas semanas antes e uma indicação de que a disseminação está se acelerando.

De longe, a variante mais comum foi a B.1.1.7, a cepa detectada pela primeira vez no Reino Unido, relatada em 9.050 casos em todo o estado. Estima-se que essa mutação seja 60% mais infecciosa do que a cepa original de COVID-19, mas também resulta em doenças mais graves e taxas de hospitalização mais altas.

Na Flórida, as variantes causaram a morte de 62 pessoas, o dobro do número relatado há duas semanas, e a hospitalização de 222 residentes, e uma vez que apenas 1% de todos os casos de coronavírus são submetidos a testes para estudar seu código genético, o número real dessas infecções na Flórida é provavelmente muito maior.

Os dados foram divulgados na última segunda-feira (03), poucas horas depois que o governador Ron DeSantis anunciou que estava suspendendo imediatamente todas as restrições locais de covid-19, alertando que as cidades e os condados não serão capazes de responder a surtos de cepas mais contagiosas ou letais de COVID- 19 em suas próprias comunidades.

“O verdadeiro problema é que todos estão agindo como se a pandemia tivesse acabado. Se ficarmos indiferentes sobre isso, essas variantes podem superar parte da imunidade que desenvolvemos e podemos nos encontrar em uma situação muito ruim novamente”, disse a Dra. Aileen Marty, professora de doenças infecciosas e resposta a surtos da Florida International University.

Os vírus são conhecidos por sofrer mutações constantes em um esforço para perpetuar sua própria sobrevivência, infectando mais hospedeiros. Embora algumas dessas mutações não afetem a contagiosidade ou gravidade da doença, outras de alguma forma representam uma ameaça maior do que o original. Uma cepa, identificada como B.1.351 e encontrada pela primeira vez na África do Sul, é um pouco mais resistente às vacinas atuais, por exemplo.

Houve 52 casos de B.1.351 relatados até agora na Flórida. Outras cepas incluem aquelas encontradas inicialmente no Brasil e na Califórnia. Até agora, a variante responsável pela última onda devastadora na Índia (B.1.617) não foi detectada na Flórida.

Fonte: Sun Sentinel