Criança é hospitalizada em Orlando após engolir 16 ímãs de brinquedo

Por Arlaine Castro

Os ímãs perfuraram um orifício do estômago até o cólon. Os cirurgiões então tiveram que remover cerca de um metro do intestino delgado de Konin.

Quando Hannah Arrington e o marido levaram o filho de dois anos, o mais novo de cinco, às pressas ao pronto-socorro por dores abdominais, não esperavam que um raio-X descobrisse que ele havia ingerido minúsculas bolas magnéticas.

Em abril, seu filho mais velho voltou da escola com Buckyballs que um colega de classe tinha levado, contou a mãe ao jornal Miami Herald.

As peças do brinquedo foram separadas e ficaram espalhadas pela casa. Sem que os pais vissem, Konin, o mais novo, pegou e colocou na boca. Ele engoliu 16 deles.

Os ímãs perfuraram um orifício em seu estômago até o cólon. Os cirurgiões então tiveram que remover cerca de um metro do intestino delgado de Konin, disse a mãe. Ele teve alta e se recuperava em casa. Mas depois de perder um peso significativo, ele precisou ser internado de novamente e foi diagnosticado com síndrome do intestino delgado.

"Sua recuperação tem sido difícil, pois ele perdeu mais de 30% de seu peso corporal devido à síndrome do intestino delgado e uma infecção após a cirurgia. Teve 3 tubos de alimentação colocados", disse a mãe.

Cientes dos possíveis perigos, eles normalmente não compram brinquedos como aqueles para seus filhos, disse ela, então a notícia foi inicialmente um choque. “De repente, tudo se encaixou e eu me lembrei”, disse Arrington.

Uma etiqueta de advertência no produto diz para manter o brinquedo fora do alcance das crianças e que as pessoas devem evitar colocá-lo no nariz ou na boca. Também diz que qualquer imã engolido pode grudar nos intestinos e resultar em ferimentos graves ou morte.

Mesmo assim, os Buckyballs chegaram ao noticiário exatamente por isso. Em 2017, depois que o produto voltou ao mercado, uma criança no Colorado também foi hospitalizada por engolir 28 ímãs do Buckyball.

"Fiquem alertas"

Os pais pediram à escola para alertar a equipe para prestar mais atenção aos objetos que as crianças levam para a escola e que “podem potencialmente matar outra criança”.

“É evidente que apenas perguntar ao seu filho como foi o dia dele não é suficiente”, disse Arrington. “Os pais precisam verificar três vezes o que seus filhos estão trazendo da escola para casa.”

“Só queremos que outros pais saibam, porque não tínhamos ideia de que algo assim poderia causar tantos danos”, disse Arrington. “Os pais precisam saber que você precisa verificar novamente onde seus filhos estão trazendo da escola para casa e recebendo de outras pessoas.”

Em 2014, a Consumer Product Safety Commission (CPSC) fez um recall de Buckyballs, entre outros brinquedos magnéticos semelhantes, mas a decisão foi revogada em 2016, dando aos compradores acesso a eles novamente.

“Essas bolas magnéticas costumavam ser proibidas”, disse Arrington. “Não sei por que um juiz federal pensaria em derrubar algo que matou várias crianças.” Também é perturbador, disse Arrington, ver as tendências de um desafio TikTok, em que crianças e adolescentes colocam ímãs semelhantes em suas bocas.

Com dificuldades, a família, que mora em West DeLand, no condado de Volusia, criou um GoFundMe para arrecadar dinheiro para cobrir as contas médicas de Konin.

"Temos mais 4 filhos em casa. Devido à gravidade dos problemas de Konin, estou desempregada neste momento, pois estou no hospital com ele. Meu marido Ken é técnico de serviço, mas teve que tirar esse tempo para cuidar dos outros 4 filhos agora que as aulas acabaram. Com o estresse adicional de contas que precisam ser pagas, relutantemente fizemos essa campanha para ajudar a diminuir os encargos que enfrentamos atualmente", diz Arrington na campanha.