Brasileira busca por filho e marido desaparecidos após desabamento em Surfside (FL)

Por Arlaine Castro

Lorenzo e Alfredo Leone estavam dormindo no momento do colapso.

A brasileira Raquel Oliveira está em busca de informações sobre o filho Lorenzo, de 5 anos, e o marido Alfredo Leone que estavam no prédio que desabou em Surfside, norte de Miami Beach, na última quinta-feira, 24.

Há pelo menos 159 desaparecidos confirmados, afirmaram as autoridades nesta sexta-feira, 25.
No Facebook, Raquel Oliveira confirmou que a tragédia ocorreu no prédio em que ela morava e disse que ainda não tem notícias do marido e do filho, que estavam dormindo no momento do acidente.

"A tragédia que aconteceu em Miami foi no meu prédio e Lorenzo e Alfredo Leone estavam dormindo no momento do colapso. Ainda não tenho nenhuma notícia dos dois. Eu viajei ontem para visitar minha família no colorado e fui acordada com a notícia", disse.

E pediu que o foco agora é nas buscas e nas informações das autoridades.

"Amigos, eu estou bem, estou calma. Mas estou evitando muito ficar pensando nos dois em si e me focando mais em fazer o q precisar ser feito. Eu nao posso ficar emotiva agora senão eu vou desabar, e eu preciso estar atenta, alerta e rápida. Eu quero evitar qualquer situação emocional agora. Por favor não me perguntem como estou, não posso focar nisso agora", escreveu.

"Eu estou bem e não tem nada que eu esteja precisando além de notícias. As buscas não param e vão continuar por dias. Essa noite deixei meu DNA para compararem com os das crianças não identificadas conforme forem achando. Os pais do Alfredo vão enviar os deles da Espanha para ficar no arquivo.
O foco hoje e nas buscas e em coisas práticas. Obrigada por tudo que cada um está fazendo, me sinto muito apoiada. Nesse momento realmente não preciso de nada, só saber deles. Toda a minha vida estava naquele apartamento", escreveu.

Raquel pediu que os parentes e amigos não entrem em contato pelo telefone para que ela não perca "notificações importantes" sobre o paradeiro da família.

O desabamento

Nesta sexta-feira, subiu para quatro o número de mortos. A confirmação foi dada pela prefeita do condado de Miami-Dade, onde fica localizado o condomínio residencial, Daniella Levine Cava, na manhã de hoje. Segundo ela, há 159 desaparecidos.

"Tragicamente, acordei e recebi a notícia de que três corpos foram retirados dos escombros durante a noite", disse ela. Ontem, um corpo já havia sido encontrado. "Temos agora 120 pessoas localizadas, o que é uma notícia muito, muito boa, mas nosso número de não localizados subiu para 159", completou Cava.

A prefeita afirmou que as operações de busca e resgate continuarão "porque ainda temos a esperança de encontrar pessoas com vida". Ela destacou que aos integrantes das equipes de resgate "estão motivados com a perspectiva de encontrar pessoas".

De acordo com as autoridades, o edifício, localizado no condomínio Champlain Towers South, tinha 136 apartamentos e 55 foram destruídos.

Ainda não há informações sobre as causas do desmoronamento. Na véspera, uma moradora relatou ter ouvido estalos.

As autoridades enfatizaram que "desaparecido" não significa necessariamente que essas pessoas estavam no prédio no momento do colapso.

Entre desaparecidos estão venezuelanos e argentinos, e ainda parentes da primeira-dama do Paraguai, Silvana López-Moreira. De acordo com o jornal paraguaio Ultima Hora, trata-se da irmã da primeira-dama, Sophia López Moreira, do seu marido, Luis Pettengill, dos três filhos menores de idade do casal e da babá Leidy Luna Villalba.

As autoridades estão colhendo amostras de DNA dos familiares dos desaparecidos para facilitar a identificação de possíveis corpos. Devido à tragédia, o governador Ron de Santis decretou estado de emergência no condado.