Tragédia sem precedentes: desabamento parcial do condomínio em Surfside abala comunidade

Na madrugada de 24 de junho, 55 apartamentos do Champlain Tower South vieram abaixo; 147 pessoas estão desaparecidas.

Por Arlaine Castro

55 unidades do condomínio Champlain Tower South vieram abaixo.

Nesta quinta-feira, 1° de julho, completa uma semana do desabamento parcial do condomínio Champlain Tower South em Surfside, quando 55 unidades vieram abaixo na madrugada de 24 de junho.

Entre risos pelos os que conseguiram se salvar, como o brasileiro Erick de Moura, morador do 1004 e que por pouco não retornou para dormir em casa, ao choro daqueles cujos familiares perderam a vida ou ainda estão embaixo dos escombros, a tragédia é sem precedentes e considerada uma das piores do estado.

Até a tarde de quarta-feira, 30, 16 vítimas fatais tinham sido identificadas e 147 pessoas continuavam desaparecidas. A busca tem sido difícil porque o colapso aconteceu enquanto muitos residentes dormiam, e as equipes estão procurando por quartos enterrados sob 4 a 5 metros de concreto. Além do mau tempo com chuvas, trovoadas e fortes ventos.

O que causou

Um relatório de 2018, que a cidade de Surfside divulgou entre outros registros públicos, observou problemas com o concreto do edifício. "Fissuras abundantes e fragmentação de vários graus foram observadas nas colunas, vigas e paredes de concreto. A impermeabilização abaixo do deck da piscina e da entrada da unidade estava falhando e causando "grandes danos estruturais", de acordo com o relatório.

Investigação

Um grande júri está sendo formado no condado de Miami-Dade para investigar a causa do colapso. Também o Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (National Institute of Standards and Technology) vai enviar uma equipe de seis cientistas e engenheiros ao local.

Se o órgão decidir realizar uma investigação completa ou estudo sobre o colapso do edifício, o objetivo "seria determinar a causa técnica do colapso e, se indicado, recomendar mudanças nos códigos de construção, padrões e práticas, ou outros ações apropriadas para melhorar a segurança estrutural dos edifícios."

Impacto para o setor imobiliário

O colapso do prédio teve um impacto pessoal devastador sobre os residentes de Surfside e também pode ter um impacto econômico no setor imobiliário da região.

Profissionais do mercado imobiliário dizem que comprar e vender condomínios em outros prédios de Surfside - e ao longo da praia - pode ser prejudicada, porque os compradores temem que isso aconteça com eles.

Mas o incidente pode prejudicar a longo prazo a venda de imóveis na região, que estão em alta no mercado.

Operando em Sunny Isles, Surfside, Miami Beach, o corretor da Current Capital Realty, Caio Martin, analisa a situação após a tragédia. "De imediato ainda não tive impacto na venda ou aluguel na área, tanto que tenho alguns pedidos, até mesmo na Collins Ave, continuam normais. Eu tive um caso de um cliente de Boston (MA) que quer comprar um 'condo' em Miami, mas agora está com receio e chegou a perguntar sobre os outros prédios, os cuidados dos condomínios, etc, e preferiu aguardar", afirma.

Agora, a longo prazo, a situação pode ser bem diferente e ter problemas, pondera o corretor.

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